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Ensine às crianças, na prática, o valor do trabalho

Quer ensinar para os pequenos o valor do dinheiro e do trabalho e, de quebra, engajá-las nas tarefas domésticas? Inspire-se nessa ideia!

Faça imãs de geladeira, ou fichinhas, com tarefas e valores. A cada tarefa que a criança cumprir, as fichinhas vão para uma caixinha ou as tarefas são sinalizadas em uma lista. Ao final da semana ou do mês (vocês deverão combinar isso), a criança receberá o valor correspondente às tarefas executadas.

Esse tipo de atividade é muito importante para as crianças compreenderem o valor do dinheiro e do trabalho, percebendo que há que se esforçar para adquirir o que deseja.

Pequenas atitudes que podem salvar o meio-ambiente! – Parte 3

Que tal adicionar à sua lista de resoluções de Ano Novo a tentativa de tornar a vida da sua família mais sustentável? Como já dissemos inúmeras vezes, são pequenas atitudes do dia-a-dia que fazem a diferença na saúde do planeta e na conscientização dos seus filhos!

Hoje, vamos compartilhar algumas sugeridas pela Revista Crescer, em matéria que traz uma série de dicas para se levar uma vida mais saudável e natural.

Menos descartáveis: Para evitar que seu filho utilize copos descartáveis toda vez que beber água na escola, mande um copo plástico duro ou uma caneca na lancheira dele. Se ele for muito pequeno, procure modelos com bico e alcinha.

Vale a pena gastar mais com orgânicos: No Brasil, os alimentos orgânicos são até 40% mais caros do que os convencionais, mas o gasto compensa, porque o volume de agrotóxicos adicionado aos não-orgânicos é cumulativo e está relacionado ao aumento de câncer e de doenças degenerativas. Os bebês são particularmente vulneráveis aos pesticidas, que podem afetar o desenvolvimento dos sistemas nervoso, respiratório e hormonal. Além disso, o cultivo orgânico segue padrões sustentáveis de produção agrícola, o que ajuda a preservar o meio-ambiente.

Deixe o carro em casa: Se ele ficar na garagem duas vezes por semana, deixa de emitir 700kg de poluentes por ano, o que garante um ar mais puro para o seu filho. E, ao sair a pé ou de bicicleta com ele, vocês irão se exercitar e perceber novos lugares no bairro.

Como reconciliar irmãos após brigas

A convivência, a diferença de sexo e de idade são agravantes para as famosas briguinhas entre irmãos. Apesar de diminuírem à medida que os pequenos vão crescendo – passada a adolescência, é claro – os desentendimentos são frequentes e costumam estressar pais, mães e familiares que nem sempre sabem como resolver sem acabar protegendo demais um dos envolvidos.

O blog Connected Families sugere trabalhar as consequências das brigas em forma de “restituição” ao invés de castigar aquele irmão que se comportou mal. O segredo seria focar nos relacionamentos, fazer a criança entender que as relações são importantes e que ela deve consertar o que fez diretamente com aquele que saiu prejudicado, tentando reconectar a relação.

Por exemplo, quando o filho mais velho atinge a menor, ele deveria ser orientado a confortá-la e tratar com gentileza, ao invés de receber um castigo que vai deixá-lo ainda mais ressentido e não vai amenizar o sofrimento da menor. Em termos práticos, existem algumas ideias de pedidos de desculpa mais sinceros que os pequenos podem trocar entre si, como preparar o leite com chocolate ou o sanduíche que o irmão mais gosta, fazer um cartão ou um desenho ou algum programa juntos que os pais podem facilitar – como assistir o filme preferido do outro ou ajudar no dever de casa.

Ao invés de culpado, aquele que oferece um carinho especial começa a se sentir melhor e a buscar esse tipo de recompensa de outras maneiras, evitando brigas futuras e aprendendo o valor dos relacionamentos em geral.

Imagens: Connected Families

Como lidar com a birra dos pequenos

De acordo com a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, em entrevista à revista Ana Maria, os pequenos cada vez mais parecem ter a necessidade de chamar a atenção dos pais. Entre as birras mais comuns dos pequenos estão os escândalos em público, a negação a comer e os palavrões. Angela ensina a evita-los:

Fazer escândalo em público

Quando os pequenos começam a berrar, espernear e até mesmo se arrastar no chão ou bater a cabeça, o melhor a ser feito é ignorar. A situação deve voltar a se repetir talvez uma, duas ou meia dúzia de vezes. Mas logo a criança vai ser dar conta de que essa atitude não leva a nada. Quanto mais se der atenção a atitudes ruins, mais será reforçada essa situação.

Ficar sem comer

As crianças rejeitam a comida porque sabem que isso chama a atenção dos pais. Essa percepção vem do fato de que os adultos costumam comemorar e parabenizar quando a criança come tudo. Mas a pedagoga alerta que se deve dar mais atenção ao caráter nutricional do que ao emocional: a criança deve comer porque isso vai fazê-la crescer forte, e não porque a mamãe vai ficar feliz. E fique tranquila: se a fome apertar, a criança vai comer!

Falar palavrão

A regra aqui é a mesma do primeiro caso: ignorar. Se você já explicou que isso é feio, já colocou a criança de castigo e nada disso adiantou, fazer de conta que não ouviu é a solução. Da mesma forma que no caso anterior, ele logo verá que isso não levará a nada.

Bons modos na casa dos outros

Passear na casa dos amiguinhos ou dos parentes é uma delícia! Mas é sempre bom lembrar os pequenos de que se deve respeitar o espaço alheio e se adequar à rotina da casa, não causando inconvenientes. Compartilhe essas dicas com os seus pequenos e garanta uma boa impressão – e a garantia de novos convites!

* Levar um presentinho é sempre de bom grado. Pode ser algo para os adultos ou até mesmo um lanchinho para compartilhar com os amiguinhos ou primos;

* Lembre as crianças de retirarem o seu prato da mesa e, no caso dos maiores, se oferecerem para ajudar em algo;

* Não é legal deixar seus pertences espalhados pela casa. Lembre os pequenos de, depois de usar, guardar roupas, escova de dentes e demais pertences na mochila;

* Ensine às crianças a respeitarem os horários da família que as está recebendo. Não reclamar da comida ou da estrutura que as recebe também é importante;

* Lembre-os de pedir licença para usar o telefone ou qualquer outra estrutura da casa. E, se quiser algo para comer ou beber, pedir antes;

* Se a criança levar lanchinhos próprios, lembre-a de oferecer para as outras crianças também;

* Jogos eletrônicos e outros brinquedos próprios exigem um bom cuidado. Além de às vezes terem sons, podem fazer a criança se distrair por muito tempo, esquecendo de interagir com os demais;

* Respeitar os mais velhos é uma regra que vale para todos os locais e situações.

Um retrato do bullying no mundo

Na penúltima semana falamos sobre o tema “bullying”, relacionado a postagens na internet. Hoje voltamos a falar do assunto pois acreditamos que esse é um tema muito recorrente nos dias de hoje, sobre o qual muitos de nós – pais, professores, tios, avós, não sabemos muito bem como lidar.

Muitas vezes nem damos importância para os fatos, acreditando que tudo não se passa de “brincadeira de criança”, mas a gravidade do problema é tamanha que o Brasil já estuda a aprovação de uma lei relacionada ao assunto.

Por isso, achamos útil compartilhar com vocês esse infográfico, criado pelo site norte-americano Romantic Frugal Mom e traduzido pelo blog brasileiro Criando Crianças, que apresenta um panorama do problema.

Interessante para ser debatido em reuniões escolares ou outros momentos com pais e professores.

A vida na internet

Muito se fala, nos dias de hoje, em bullying, aquela prática horrível de maltratar, física e psicologicamente, crianças e adolescentes. A prática, que é antiga mas que antes não tinha esse nome, prejudica a vida de muitas pessoas, vítimas dos maus tratos de colegas, “amigos” (que de amigos não têm nada!) e conhecidos.

Com a internet, esse “maltratar” ganhou ainda mais força. As crianças e jovens vão pra escola, munidos de seus celulares com câmera e, além de maltratar alguém, fazem vídeos e postam na internet, compartilham por e-mail e redes sociais. Daí, para o “mico” de alguém ganhar o mundo, basta um clique – o que joga ainda mais pra baixo a auto-estima da vítima.

Mas a exposição da internet não acontece somente através destes vídeos constrangedores. Na semana passada, bombou na web o vídeo produzido para o BarMitzvah de Nissin Ourfali, um jovem paulista de 13 anos. Seu pai colocou o vídeo no Youtube para compartilhar o orgulho da data com os familiares. Mas o Brasil viu! E curtiu! E compartilhou (não se sabe ao certo se por deboche, estranheza ou porque gostou mesmo)!

Os comentários assustaram a família do garoto, que tirou o vídeo original do ar. Mas aí já era tarde: dois blogs influentes tinham sua publicação do vídeo e ele continuou sendo disseminado.

A jornalista Rosana Hermann, do portal R7, comentou o assunto em um post muito pertinente no seu blog. Segundo ela, “Imagino que pra muita gente que curtiu o vídeo, que cola mesmo na cabeça, achou tudo muito diferente, novo, estranho. A estranheza causa muitas risadas em todos nós. Essa estranheza, porém, pode ser apenas falta de conhecimento. Ou se informação. Porque esse tipo de vídeo, com lip sync, feito para festas de Bar Mitzvah, com a história de vida, protagoniza pelo garoto de 13 anos e estrelada pela família é muito comum. Tem vários vídeos no YouTube.”

Quer conferir o post? Clica aqui!

Assim, rimos e brincamos com o que nos soa estranho. Isso é normal, mas não é correto. Afinal, atrás do vídeo há um jovem, com todas as inseguranças, anseios e curiosidades da vida – elementos que estão ajudando a formar um novo adulto. Como este jovem está recebendo essas críticas e deboches? Ou, aprofundando mais, como está se sentindo sendo avaliado por um “mundo” de pessoas que não conhece e nem quer conhecer?

Como Giuliana Bergamno diz aqui: “Esquecemos que a internet, embora seja chamada de universo virtual, faz parte de um mundo bem real. Por trás de um código numérico, existe uma pessoa de verdade, de carne, osso e intelecto, e moral, e crenças e afinidades. O que escrevemos, curtimos ou compartilhamos aqui tem repercussão nesses seres.”

Pois é, aí que precisamos parar e pensar! Vale a pena expor quem amamos? Precisamos compartilhar todos os momentos de nossas vidas? Até que ponto o virtual está se sobrepondo ao real?

E você, querido leitor, como se comporta? Que tal tirar uns minutinhos e analisar: tudo o que você posta sobre seu filho hoje dará orgulho a ele quando crescer? Ou será, como dizem os mais antigos, uma “pagação de mico”?

A volta às aulas e a depressão (ou tensão) pós-férias

A volta às aulas costuma ser um misto de sensações. Por um lado, o alívio de ter ocupação para as crianças, já que muitos de nós não temos o devido tempo para criar atividades e passar com elas o tempo que elas gostariam quando estão longes da escola. Do mesmo lado, a alegria das crianças em rever os amiguinhos e poder contar as novidades. Por outro lado, uma pontinha de tristeza da parte das crianças, por acabar o seu tempo livre e descompromissado. E dos pais, por tirar as crianças, especialmente as pequenas, do conforto do lar em pleno inverno. E uma sensação de que vamos perder um tempo precioso de convivência, um dos pesos da vida moderna, como diz a blogueira Sam Shiriashi, que fez um post sobre depressão pós-férias.

De acordo com a Revista Saúde, a “Depressão pós-férias” é um mal que assola 23% dos brasileiros na volta ao trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação de Controle do Estresse no Brasil, uma grande parte deste grupo é formada por mulheres que têm filhos e trabalham dentro e fora de casa. “A velha culpa da mulher que trabalha fora de casa e tem tempo limitado com os filhos em função do trabalho”, como fala Sam.

“O término das férias pode gerar um entristecimento grande devido à ausência ou pouco contato familiar, além da culpa que muitas mães apresentam por se sentirem pouco presentes. Tamém pesa a retomada dos horários e obrigações e a volta aos afazeres domésticos”, como afirma a matéria da Revista Saúde.

Para tornar esse momento mais fácil, Sam dá duas sugestões para aliviar o estresse e a tristeza nos primeiros dias – seja ela por parte das mães ou dos filhos:

– Reserve um tempo para brincar com as crianças, e tente manter esse momento uma constante entre vocês. Nem sempre dá tempo, mas ler um livro divertido ou um bom gibi, jogar um jogo ou ver um filme calmo à noite ajuda a manter o elo familiar e ainda desestressa, porque desliga a cabeça dos pais do dia de trabalho;

– Evite duas posturas: a impaciente no trabalho (que faz achar que não vale a pena estar lá, que desmotiva ou consome demais) e a permissividade com as crianças, postura bem comum quando se sente culpa. O melhor é esperar que a rotina se acomode (o que geralmente acontece em uma ou duas semanas) e tentar, como indicam os especialistas, repartir as férias em 2 ou 3 tempos ao longo do ano, para evitar que o estresse acumule (e assim você pode acompanhar seus pequenos nas férias de inverno!).

Fontes: Blog “A Vida Como A Vida Quer” e Revista “Saúde”

Livros para as crianças

As férias de inverno estão quase chegando e você ainda não se preparou para estes dias a mais com as crianças em casa? Que tal montar um mini-biblioteca, com livros e historias especialmente selecionadas para os pequenos? A partir desta semana, toda sexta-feira vamos sugerir alguns livros infantis para você presentear as crianças. A partir das histórias, muita coisa pode acontecer: a leitura individual, contação de história, teatrinho… Basta soltar a imaginação!

Confira as nossas primeiras dicas:

-A Arca de Noé


Escrito por Vínicius de Moraes e ilustrado por Nelson Cruz

É o único livro do poetinha Vinicius de Moraes feito especialmente para o público infantil. Ideal para introduzir os pequenos na poesia, oferece 32 poemas que se tornaram clássicos musicais nos anos 1980, como O Pato, A Casa, A Foca, O Relógio.

– Tenho medo mas dou um Jeito

De Ruth Rocha e Dora Lorch, ilustrado por Walter Ono

O livro mostra algumas situações de medo de coisas perigosas seguidos por maneiras de como lidar com os mesmos. Tenho medo mas dou um Jeito faz parte da série “Os medos que tenho”, que ajuda a trabalhar e conhecer os medos das crianças por meio da leitura.

– Maria vai com as Outras

Escrito e ilustrado por Sílvia Orthof

Parte da Série Lagarta Pintada, este livro aborda a questão da individualidade a partir do ato de fazer o que temos vontade, o que acreditamos e não agir e fazer igual aos outros somente para ser igual.

– O Menino Maluquinho


Escrito e ilustrado por Ziraldo

O Menino Maluquinho é cheio de vida, é adorável. Quem lê este livro tem o privilégio de conhecer e reconhecer, em um só menino, um pouco de todos nós.

-A Flauta Mágica

De Ruth Rocha

A autora adaptou o mundo da ópera para o universo infanto-juvenil. Neste livro, ela reconta em linguagem moderna toda a magia da obra A Flauta Mágica, lembrando que o mundo da ópera reúne diferentes artes, como literatura, dança, artes plásticas, dramaturgia, cenografia e música.

– Ou Isto ou Aquilo


Escrito por Cecília Meireles

Através da poesia, este texto escrito em 1964 mantem-se atual e introduz a criança no jogo de palavras, no humor e na sensibilidade. Cecília Meireles instiga os leitores a notar, entre tantas coisas, que a vida é repleta de duras escolhas. Recomendado a partir de 4 anos.

Especial educando e ensinando, apesar das diferenças – parte 2

Hoje, vamos falar mais um pouco sobre a relação entre pais, filhos e a vida digital. A educação e o  aprendizado são a base das relações e devem iniciar em casa, o que inclui nesse processo outros familiares, como tios e irmãos. Afinal, todos percebem as diferenças no estilo de vida e  nas formas de comunicação e relação com o outro. Segundo pais e tios, a falta de segurança acabou promovendo outras mudanças nos hábitos das famílias, especialmente em cidades maiores – onde o brincar na rua foi deixado de lado em detrimento dos jogos eletrônicos.

Tamara Campos, de Santa Cruz do Sul (RS), é mãe de Vitor e Valentina, de 7 e 3 anos. Ao analisar a realidade que seus filhos vivem hoje, ela destaca a violência como um dos fatores que influenciam as diferenças. “Na minha infância, brincávamos muito na rua, mas era diferente. Não existia essa violência louca de hoje. As casas tinham pátio e as mães não superprotegiam os filhos como agora”, comenta. Para enfrentar o problema da falta de segurança, ela entende que os pais acabam permitindo que os filhos conversem com os amigos via internet, por ser mais seguro. Além disso, mandar um e-mail é mais simples do que usar o telefone. Apesar destas facilidades, ela considera a comunicação pessoal muito importante, pois permite um troca muito rica de informações quando as pessoas estão frente a frente .

O acesso às novas ferramentas de comunicação é apontado por Tamara como uma grande vantagem para os pequenos. Ela percebe que eles nascem sabendo mexer no notebook, no Facebook, enquanto sua geração passou por curso de digitação ou datilografia. “Eles não precisaram conhecer o meio digital, já nasceram nele. Mexer na internet e suas plataformas é tão normal quanto a TV é pra nós e não era para nossos pais. Meu filho mexe no tablet melhor do que eu, pois tenho medo de estragar. Já, para ele, é uma ferramenta usual”, salienta.

Apesar deste acesso facilitado às informações, de forma digital, Tamara incentiva os filhos a terem contato com livros de papel. Já as brincadeiras não são as mesmas, o que às vezes deixa a mãe assustada. “Outro dia, convidei eles pra brincar de ovo choco e eles não sabiam o que era. Fiquei me sentindo um ET, pensando ‘como assim? Toda criança sabe o que é ovo choco!’. Mas logo me dei conta de como as coisas mudaram as brincadeiras hoje são outras”, conclui.

Moradora de Novo Hamburgo (RS), Aline de Negri Silva ainda não tem filhos, mas participa da criação do sobrinho Henrique, de 3 anos. Como Tamara, ela também percebe as diferenças em relação à falta de segurança. “Comparando a infância da década de 80 com a atual, a grande diferença são as brincadeiras. Crescemos em um tempo em que ainda podíamos brincar no parque, andar de bicicleta nas ruas de paralelepípedo, em um tempo em que subir em árvores e brincar de esconde-esconde e pega-pega eram mais comum”, recorda.

Aline frisa que na sua infância já havia brinquedos eletrônicos, mas as brincadeiras se misturavam, facilitando o desenvolvimento enquanto grupo. Hoje, ela percebe que as crianças vivem mais como ‘crianças de apartamento’, em que a TV e o DVD viraram atrativos por questões de segurança, assim como os brinquedos  eletrônicos são cada vez mais sofisticados e com menos interação entre os amigos e coleguinhas.

Para Aline, que é psicóloga e professora, as famílias devem incentivar os pequenos pelo bom exemplo, seja em comportamento ou hábitos. Como exemplo, ela cita a dedicação aos livros. “Certo dia estava digitando algo e consultando um livro. Quando olhei para o lado, meu sobrinho, que estava brincando, buscou um livro e brincou de leitura, mostrando suas novas descobertas. Ele repetia a leitura que tínhamos feito na noite anterior antes de dormir”, conta, emocionada, frisando o quanto as crianças aprendem pelos exemplos.

Pai do Theo, de 3 anos, Sérgio Baccaro Júnior teve claro em sua mente desde o nascimento do filho que ele nascera no mundo digital. “Por me observar mexendo num iPhone, por exemplo, ao invés de tentar pegar os objetos (como botões de camisa) com a mão, ele começou a tocar com o dedo indicador”, relata. E o digital também fez parte da comunicação em família, desde cedo: como Baccaro sempre viajou bastante a trabalho, ao invés de falar com o pequeno por telefone, usava videochats para interagirem.

Baccaro percebe, no dia a dia com Theo, que ele já nasceu em um mundo que o deixará muito mais preparado para o futuro do que os nascidos em gerações anteriores. “A facilidade com que lida com a tecnologia com pouco mais de 3 anos é tremendamente maior do que a minha, com 39”, salienta. Por outro lado, ele ainda considera difícil mensurar as desvantagens, pois o mundo mudou muito e a diferença entre as gerações surgiram de forma muito rápida. “Pensávamos, por exemplo, que a internet nos deixaria cada vez mais isolados mas hoje percebo o contrário: estamos cada vez mais sociáveis. Acho que só no futuro perceberemos mudanças mais claras e suas consequências“, reflete.

Enquanto esse futuro vai se desenhando, Baccaro estimula Theo a brincar com as tradicionais brincadeiras, desde esconde-esconde até amarelinha. O pai tenta dividir as atividades do filho entre “analíticas” e digitais, assim como incentiva a leitura em papel. Mas aí ele encontra um problema:  os livros digitais, por serem mais coloridos e mais interativos, estimulam e atraem muito mais as crianças.