Pais, se vocês estão atribuindo febre alta ao nascimento dos dentes de seu filho, parem agora. Um estudo americano, publicado no jornal científico ‘Pediatrics’, afirmou que as febres acima de 38,3º C em crianças menores de um ano não devem ser atribuídas ao nascimento dos dentinhos.
Em entrevista à rede de TV americana CNN, o autor do estudo, Paul Casamassimo, diretor do Centro de Pesquisa em Saúde Bucal da Academia Americana de Odontopediatria, disse que o sintoma não pode ser ignorado, principalmente se estiver acompanhado de falta de apetite e desconforto constante.
Diversos médicos e pais correlacionaram uma série de sintomas graves ao nascimento dos dentes, contribuindo para criar um mito em torno da questão. Porém, a pesquisa desmistifica isso trazendo levantamentos históricos.
Para Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a abertura da gengiva costuma ser apontada, erroneamente, como causadora de febre, diarreia e uma série de outros eventos, porque coincide com a idade em que a criança entra na escola, estando mais propensa ao aparecimento de viroses.
“Em casos raros, um dente com dificuldade para eclodir pode causar um pequeno processo inflamatório local, que dará febre e dor, mas é uma exceção, não uma regra”, diz Fernandes.
De acordo com o médico, a febre é um sinal que precisa ser analisado juntamente com outros sintomas para se tentar chegar a um diagnóstico. “Trata-se de uma reação do organismo contra um agente agressor, como vírus, bactérias, traumatismos ou mesmo o estresse. Nem sempre, a existência de febre é sinal de doença.”
O pediatra explica que outros sinais de alerta em bebês são respiração ofegante, vômitos, diarreia, apatia, sonolência, irritabilidade excessiva e alterações no nível de consciência.
Embora a febre nunca deva ser ignorada, tampouco precisa ser supervalorizada, criando-se uma espécie de “febre fobia”. “Em 90% dos casos, trata-se de uma virose, que vai desde o resfriado comum até dengue, zika e catapora. Portanto, não é necessário o uso de antibióticos”, afirma Fernandes.
Já as causas bacterianas mais frequentes da febre são otite média aguda, infecção urinária (mais comum em meninas), pneumonia e doenças como meningite, além de outras enfermidades mais raras.
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Créditos da imagem: Pixabay (Licença Free)
Fonte: UOL