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Língua estrangeira para crianças

Difícil encontrar um currículo que não contenha pelo menos um ou dois idiomas disponíveis para fala, escrita, leitura e compreensão. Uma deles, normalmente o inglês, é fluente ou em estágio avançado. O currículo, no entanto, é montado e apresentado somente na fase adulta, quando muitos de nós apenas sonhamos em aprender de maneira adequada e condizente uma língua estrangeira. Então por que não começar desde cedo e incentivar o seu filho a estudar outra língua?

Especialistas dizem que quanto antes a criança tem contato com alguma língua estrangeira, melhor tende a ser a sua compreensão e, mais ainda, a sua facilidade/capacidade para pronunciar da maneira mais correta e próxima (dos nativos) possíveis os fonemas e vocábulos. Isso porque o ritmo de assimilação das crianças é muito mais rápido do que o dos adultos. Crianças até os 12 anos têm melhores condições de aprender uma língua estrangeira, por exemplo, do que quem tem 14 anos ou mais.

É uma responsabilidade grande tanto para pais quanto para instrutores devido a fatores biológicos, afetivos, cognitivos, além do ambiente e do input (a facilidade em si) linguístico. É preciso analisar o método de ensino e a maneira como os estudos serão repassados, visto que a criança precisa estar bem ambientada onde e com quem aprende, a fim de assimilar e apreender o conhecimento com gosto e vontade.

É uma questão de oportunidade também: por não terem a sua fonologia totalmente formada, os pequenos estão mais propensos a arriscar e a captar sons que depois poderão ser facilmente pronunciados na fase adulta.

O dilema do filho único

Rebelde, malcriado, mimado, ranzinza, solitário e, muitas vezes, mal acostumado. Balela. Os conceitos que desde sempre circundam os filhos únicos não passam de mitos. Tudo depende da educação que os pais dão a ele e como fazem com que ele encare o mundo – preferencialmente, tal qual uma criança que tem irmãos, mas, em vez disso, ela terá nos pais e nos amigos dos primeiros anos de escola o companheirismo que não há em relação ao irmão, que inexiste.

O filho único pode ser criado, crescer e receber a mesma educação de uma criança que tem vários irmãos. A superproteção e o consentimento exacerbado, por exemplo, são atitudes que não conceituam apenas os filhos únicos. Podem, também, fazer parte do cotidiano de quem tem um ou mais irmãos.

Hoje em dia, entre 20 e 30% dos casais têm apenas um filho. Muito devido à questão “gastos”. Tudo cai pela metade com apenas um filho. No fim das contas, como tudo, há dois lados:

O positivo pode ser a menor ansiedade por não ter que disputar espaço com outros dentro de casa, fazendo com que receba atenção. Assim, poderá ter mais facilidades durante a vida, fazendo com que destaque-se naturalmente.

O negativo pode aparecer na hora de compartilhar, além das exigências e expectativas da família caírem diretamente sobre ele. Únicos ou com irmãos, os filhos devem ser educados com todo o cuidado para que de maneira alguma deixem este lado negativo sobressair-se.

A queda dos dentes de leite

De repente, um dia, seu filho acorda surpreso ou mesmo assustado porque percebe que algo diferente está acontecendo com um de seus dentes. Ele vai até você e questiona. É a perda dos primeiros dentes de leite, que darão lugar à dentição definitiva.

O processo ocorre normalmente entre os cinco e os 12 anos de idade. Alguns exibem o “feito” como uma novidade tão magnificente que encaram a situação como uma passagem direta da infância para a fase adulta. E você sabe dizer a ele o porquê desta mudança? É simples: os dentes de leite começam a se soltar e caem em virtude de um outro dente estar nascendo embaixo da raiz e que, assim, empurra o “antigo”, fazendo-o cair, naturalmente.

Os últimos a cair e ser substituídos são os chamados queixais, que ficam nos extremos da boca. Isso tende a acontecer na pré-adolescência, entre os 11 e 15 anos. Bem antes, no entanto, é muito importante levar o seu filho ao dentista. A dica é consultar um especialista a partir dos três anos, com visitas regulares de seis em seis meses.

A possível vergonha que um pequeno pode sentir das “janelinhas” pode e deve ser encarada com a maior naturalidade possível, explicando que isso é um processo normal que ocorre com todas as outras crianças também. Vale dizer que o papai e a mamãe também já passaram por isso quando tinham a mesma idade.

A lenda da fada é outra boa dica para lidar com o tema. Quando os dentes de leite caírem, diga para o seu filho colocá-los embaixo do travesseiro. Durante a noite, uma fada irá pegá-lo e, em troca, trará uma surpresa. Essa pequena história serve como uma compensação apenas.

Acidentes domésticos devem e podem ser evitados

Os acidentes domésticos são a terceira maior causa de mortes de crianças no Brasil. Nove em cada dez acontecem em casa. Por isso, quem tem criança em casa, sabe: é uma questão de segundos para que os pequenos provoquem um estrago que pode se transformar em um problemão.

Evitar álcool líquido e guardar arma de fogo em local seguro, sempre travada e sem munição são duas dicas. É preciso ainda atenção redobrada quando estiverem próximas ao mar, lagos ou piscinas. Dizer que o remédio é “docinho” apenas para facilitar a ingestão pode não ser uma boa forma de fazer a criança tomá-lo, visto que isso poderá fazer com que ela queira experimentar outros medicamentos. Orientação é a primeira das precauções, mas algumas observações devem ser levadas em conta. Vamos a algumas:

Banheiro: nunca deixe a criança sozinha e mantenha a tampa do vaso sanitário sempre abaixada – ou mesmo o próprio banheiro chaveado. Jamais coloque-a para tomar banho na banheira sem antes testar a água. E mantenha produtos de limpeza e higiene longe do seu alcance.

Cozinha: procure utilizar as bocas traseiras do fogão e mantenha os cabos das panelas voltados para dentro. Não segure criança e líquidos quentes ao mesmo tempo. Evite as toalhas grandes, uma vez que elas podem ser facilmente puxadas pelos pequenos.

Sala: instale protetores nas tomadas e nas quinas dos móveis. Grades e telas de proteção são extremamente indicadas para janelas e sacadas.

Quarto: importante não deixar o bebê sozinho em móveis diversos, mas também em camas ou berços, pois ele pode cair. Beliches não são indicados assim como objetos que possam provocar sufocamento.

Internet: limites e aprendizado

O uso da internet pelos filhos pode ser um problemão para muitos pais. Mas só porque eles querem, o grande segredo está em acompanhar de perto as atividades do seu filho na rede. Em pleno século XXI é impossível proibí-los de explorá-la. Em um mundo cada vez mais digitalizado, a utilização do computador – e da internet – por parte das crianças tornou-se tão corriqueira que até trabalhos escolares são feitos nas máquinas, não mais à mão.

Neste caso, o ideal é estar próximo, observar e conversar com os filhos em relação ao que acessam e usam. Jogos, sites, salas de bate-papo, tudo pode ser muito bem utilizado, desde que com a devida restrição e consciência. É normalmente a partir dos seis anos que a criança já quer iniciar a explorar o computador sozinha. Bate com o período em que ela começa a ter vontade de experimentar habilidades motoras e a leitura. Monitorar e ajudar são preceitos fundamentais.

Antes dos dez anos, é importante que os pais estejam sempre por perto, visto que assim é possível controlar e ensinar o que é correto e o que não deve ser acessado pelas crianças. Colocar o computador em um cômodo comum da casa é uma boa dica. Para maior tranquilidade, é interessante instalar filtros que protejam seus filhos de sites que contenham violência, apologia a drogas ou pornografia.

A internet é um mundo. Livre, extenso, informativo, rico, com muito conhecimento e também por vezes perigoso. Fazer seus pequenos terem consciência disso é fundamental para que depois, na adolescência, saibam navegar sem extrapolar os limites do bom senso.

Medo do escuro: como lidar?

Todo mundo tem medo de alguma coisa, mesmo na fase adulta. E crianças entre os três e quatro anos comumente dividem um pânico por vezes enorme: do escuro. Este medo por vezes exagerado provém da própria imaginação dos pequenos, que, na faixa etária citada, criam personagens, fantasias e situações que os colocam em xeque na hora de dormir, principalmente quando a luz se apaga. Como lidar com isso? Conversando.

Conversar com a criança e compreender o porquê do medo são as melhores maneiras para explicá-la que os barulhos da cama ou as sombras da parede não caracterizam monstros, nem fantasmas. Dialogue tranquilamente com ela e explane, seja claro e contundente de que não há nada errado com uma sombra externa ou interna. Um erro crasso é forçar a criança a enfrentar o problema (o medo) contra a sua vontade. Sugerir que seu filho expresse o medo faz com que ele se sinta mais seguro para encarar suas próprias fantasias.

Brincadeiras também podem ajudar! Ficar ao lado do seu pequeno e tentar adivinhar, junto com ele, as sombras e barulhos que têm no quarto, são duas delas.

Quando o medo aparecer, outra boa dica é deixar um pequeno foco de luz aceso para a criança se sentir mais confortável e, consequentemente, mais segura. Ao lado de bichinhos de pelúcia, travesseiros e brinquedos preferidos – que também geram mais segurança -, uma lanterna sempre no mesmo lugar igualmente pode ajudar na hora do problema, uma vez que a criança irá acendê-la e sentir-se mais tranquila. A conversa, no entanto, é sempre a melhor forma de resolver aos poucos um empecilho que pode durar até por volta dos cinco, seis anos de idade.

Crianças e música: uma ótima combinação

Pode começar ainda na gestação e se estender pela infância toda: elementos sonoros como cantar ou assobiar tornam-se atos afetivos quando são a comunicação entre pais e filhos. Passa, por meio da entonação, da inflexão da voz e da intensidade do som, a evolução do bebê nas questões auditivas, linguísticas, emocionais e cognitivas.

Depois de um pouco mais crescidinhos, os pequenos estimulam, através dos sons, o desenvolvimento da concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, por exemplo, principalmente quando cantam, ou seja, quando acompanham uma música. Cantar ainda incentiva a criança a se mexer em meio a um ritmo, o que, no fim das contas, faz com que ela crie novas maneiras de expressão corporal (por meio da dança).

Bach, Beethoven e Mozart são três músicos históricos – e geniais – que tomaram conhecimento das primeiras notas ainda na infância. O importante é ter ciência de que os ritmos e notas estimulam a cognição, o que torna a criança mais apta tanto para criar como para entender raciocínios lógicos.

Interessante é compreender a diferença entre “musicalidade” e “musicalização”. Musicalidade é quase o talento por si só. É a tendência que o indivíduo tem para a música, isto é, quanto maior a musicalidade, mais veloz será o seu desenvolvimento. É revelada na infância e não depende de formação acadêmica.

Já a musicalização é o próprio contato com o mundo dos sons por conta do processo cognitivo e sensorial. Envolve a proximidade com a percepção rítmica, melódica e harmônica. Acontece de maneira intuitiva ou por intermédio de um profissional, um professor de música, neste caso.

Incentive o seu filho a ouvir e a apreciar música, portanto. Isso pode gerar facilidades em uma série de processos futuros de aprendizagem.

Crianças e os animais de estimação

Ter ou não ter um animal? Melhor: adquirir ou não um animal de estimação para o seu pequeno, que insiste, que pede, que quer porque quer um bicho que nem você, nem ele sabem se conseguirão lidar, tratar, cuidar? A dica é conversar com o seu filho e pedir comprometimento de ambos, tanto seu quanto dele. Seu, por estar comprando (ou adotando) um animal. E dele, por ter de agir com responsabilidade com seu mais novo amigo.

Cães, gatos e pássaros são os mais comuns, sem dúvidas. Importante saber, neste caso, as restrições de cada um em relação à idade do seu filho. Pássaros, por exemplo, não contêm restrições. Podem ser adquiridos independentemente da idade da criança. Já gatos e cachorros devem ser comprados para os que já têm três anos ou mais.

Antes dos três anos, a maioria das crianças não tem maturidade suficiente para lidar com seus impulsos de agressividade e irritabilidade. Assim, podem maltratar o bichinho ou mesmo praticar atos como montar no animal ou puxar suas orelhas e rabos. Peixes também são indicados para crianças acima dos três anos, enquanto que os roedores, para as que têm quatro ou mais.

É fundamental que as crianças sejam ensinadas a tratar os animais tal qual uma pessoa, que necessita de comida, água, exercício, carinho e atenção. Importantíssimo, também, orientar sobre as diferenças que há entre animais e seres humanos, visto que os bichinhos, obviamente, muitas vezes não sabem exatamente o que estão fazendo, enfatizando que o ideal é tratá-lo sempre com respeito e dedicação, e não com irritação quando o animal não faz algo que ela quer.

Lembre-se: os pais são sempre o melhor exemplo, e as crianças aprendem a cuidar do seu animal de estimação tal qual seus pais o fazem.

Afetividade, autonomia, responsabilidade, preocupação com a natureza, relacionamento e interação social. Essas são algumas das características que podem ser desenvolvidas com mais facilidade em uma criança que possui um animal em casa.

Ciúme entre irmãos


Uma das dificuldades enfrentadas pelos pais que têm mais de um filho é o ciúme entre os irmãos. É comum que ele comece a aparecer a partir da chegada de um novo membro à família, quando o primogênito tem que aprender a compartilhar a atenção que, até então, era exclusivamente sua.

Para enfrentar o problema, é importante que os pais integrem a criança aos preparativos para a chegada do novo bebê e, posteriormente, às rotinas do recém-nascido. Essa interação é fundamental para que a criança se sinta importante, trazendo, assim, mais segurança afetiva e ajudando a reprimir o sentimento de rivalidade.

Segundo especialistas, o ciúme é um sentimento próprio do ser humano e deve ser encarado de forma natural. A melhor maneira de lidar com ele é mostrar à criança que ela tem seu lugar garantido na família, e que continuará sendo amada mesmo com a chegada de um irmão.

Quando o ciúme é demonstrado na prática, os pais devem sentar com o filho e conversar sobre a situação, ajudando a criança a expressar seus sentimentos e entender o que está acontecendo.

Algumas dicas importantes para ajudar a lidar com o ciúme entre irmãos:
– Destacar as qualidades da criança para que ela fortaleça sua autoestima.
– Evidenciar para o filho a importância que ele tem para a família.
– Demonstrar carinho e afeto para com a criança, não somente com palavras, mas também com atitudes.
– Evitar comparações entre irmãos. É importante evidenciar os progressos de cada um em separado.
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Como explicar tragédias às crianças

No dicionário Michaelis da língua portuguesa, o vocábulo “tragédia” está descrito da seguinte forma: “acontecimento triste, funesto, catastrófico”. Um drama, no fim das contas.

E a familiaridade que pais e mães têm com os pequenos não nos deixa mentir: em muitas oportunidades, em virtude das tragédias, a curiosidade pode tomar conta e forma. É natural. Esta curiosidade, por sua vez, faz com que eles perguntem às vezes de maneira incessante sobre episódios como o massacre de Realengo, no Rio, que chocou o Brasil na última semana. Saber o que e como falar a eles é a base para uma melhor compreensão do mundo nada inocente que enfrentarão em um futuro não muito distante.

Faça uso de palavras e recursos que poderão auxiliar a descrever as sensações desagradáveis com as quais a criança irá se deparar ao longo da vida, tais como a tristeza, o medo, a perda, a angústia e a morte. Para os mais novos, cabe um diálogo rápido e sem muitos detalhes. Aos mais crescidos e questionadores, vale conversar e explicar um pouco mais, indagando-os sobre o que têm ouvido falar e suas percepções a respeito. Saber o que a criança sente é um ótimo recurso para você assimilar melhor a situação e poder conversar mais com ela.

Informações pesadas, violentas, podem chegar aos ouvidos dos pequenos de diversas formas, tanto pelos próprios coleguinhas, na escola, ou via exposição midiática, presença constante tanto em casa como na rua. É quase impossível, portanto, evitar que eles tenham contato com os problemas do seu cotidiano. Sendo assim, a dica número um é, feliz ou infelizmente, falar a verdade, explanando os acontecimentos, sempre de acordo com a maturidade da criança.

Seja uma catástrofe natural como a que ocorreu recentemente no Japão, um atentado terrorista, a morte de civis em uma guerra civil ou mesmo o massacre de Realengo, é importante que elas entendam o que acontece (ou aconteceu). No Japão, por exemplo, vários jornais – que já contam com seções infantis consagradas, até em virtude do índice de leitura ser altíssimo no país – explicam o terremoto e o tsunami devastadores de março de maneira especial aos pequenos.