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A forma que você elogia as crianças pode influenciar no seu desenvolvimento

Quem não morre de orgulho ao ver um filho, sobrinho ou afilhado indo bem na escola, nos esportes ou até apresentando uma facilidade incrível para montar um quebra-cabeça? Nessas horas, a nossa reação automática é nos rasgar de elogios! Mas será que essa postura é boa para o desenvolvimento dos pequenos?

Pesquisas atuais mostram que elogios podem, sim, ser engrandecedores. Mas apenas se forem feitos da forma correta!

O site UpdateOrDie conta uma historinha para começarmos a entender a história…

Gabriel é um menino esperto. Cresceu ouvindo isso. Andou, leu e escreveu cedo. Vai bem nos esportes. É popular na escola e as provas confirmam, numericamente e por escrito, sua capacidade.

“Esse menino é inteligente demais”, repetem orgulhosos os pais, parentes e professores. “Tudo é fácil pra esse malandrinho”.

Porém, ao contrário do que poderíamos esperar, essa consciência da própria inteligência não tem ajudado muito o Gabriel nas lições de casa.

“Ah, eu não sou bom para soletrar, vou fazer o próximo exercício”.

Rapidamente Gabriel está aprendendo a dividir o mundo em coisas em que ele é bom, e coisas em que ele não é bom.

O site afirma que a estratégia, inconsciente, faz parte do comportamento humano: buscamos prazer e tentamos evitar a dor. Assim, evitamos as tarefas em que não obtemos tanto sucesso e concentramos todas as nossas forças naquelas que já dominamos. Mas, infelizmente, tanto na vida quanto nas lições de casa, precisamos realizar todas as tarefas, não só as que dominamos bem. E quando nos vemos obrigados a realizar tarefas em que toda essa genialidade não se manifesta, nossa auto-estima colapsa. Em suma, como afirma o UpdateOrDie, “acreditar cegamente na inteligência a prova de balas” provoca “um efeito colateral inesperado”: uma desconfiança quanto as reais habilidades.

De uma forma inconsciente, a criança se assusta com a possibilidade de “ser uma fraude” e para se proteger dessa ideia, o cérebro cria “uma medida evasiva de emergência”: abraça o rótulo de sucesso, “subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais”. Isso porque, inconscientemente, a imagem da super criança, que tem facilidade em tudo e uma inteligência excepcional precisa ser mantida.

O site afirma que esses casos se prodígios que tornam-se vítimas de suas próprias habilidades de infância e dos bem-intencionados elogios dos adultos são mais comuns do que pensamos. Ao longo da última década, inclusive, inúmeros assuntos foram realizados a respeito do assunto.

Um estudo norte-americano realizado por uma Ph.D. em Psicologia do Desenvolvimento testou mais de 400 crianças após a montagem de um quebra-cabeças relativamente fácil. Alguns eram elogiados por sua inteligência (“você foi bem esperto, hein?”) e outros, pelo seu esforço (“puxa, você se empenhou para valer, hein?”). Em uma etapa seguinte, mais complexa, eles podiam escolher entre um novo desafio, semelhante ou diferente. A maior parte dos que haviam sido elogiados pela sua inteligência escolheram o desafio semelhante. Já os elogiados pelo esforço escolheram o desafio diferente.

Esse diagrama sintetiza o que acontece, ao longo da vida:

Ou seja: na hora que seus pequenos forem bem na escola, lembre-se de elogiá-los pelo seu empenho e esforço e não pela sua inteligência!

Superproteção: cuidado com os excessos

É normal que os pais se preocupem com a segurança e o bem-estar de seus filhos. Entretanto, há um limite entre a proteção natural e a superproteção. Pais que se preocupam demais e tentam evitar que os filhos enfrentem problemas podem não perceber que estão comprometendo o desenvolvimento da criança e sua capacidade de lidar com as situações difíceis.

Nenhum pai quer que seu filho sofra algum mal, mas é preciso deixar as crianças viverem suas vidas e enfrentar as experiências. O excesso de zelo e preocupação impede a criança de desenvolver autonomia, lidar com frustrações e aprender limites.

Ao superproteger os filhos, os pais, inconscientemente, os desencorajam a tentar lidar sozinhos com determinadas situações. Assim, surgem os sentimentos de insegurança, medo e despreparo que, na idade adulta, podem resultar em dificuldades de se relacionar, fazer escolhas e lidar com frustrações, além de baixa auto-estima e dependência excessiva.

O ideal é que os pais conversem, orientem, mostrem os limites, mas deixem a criança agir sozinha e fazer certas escolhas. É através do erro que se aprende as melhores lições. Permita que seu filho explore ambientes, conviva, brinque, acerte e erre.

Mostre sua preocupação e os perigos que certas atividades envolvem, sempre ensinando o que fazer se algo der errado. Permitir que a criança realize certas atividades sozinha e, assim, assuma pequenas responsabilidades – como arrumar seu quarto – também são ótimos estímulos para um desenvolvimento saudável.

Os pais devem proteger seus filhos, sim, mas, ao mesmo tempo, prepará-los para o mundo, pois certamente algum dia eles precisarão ir em busca de sua própria vida e nessa hora é preciso que estejam prontos para fazer suas escolhas e enfrentar seus obstáculos.