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Como trabalhar a diversidade na sala de aula?

A sala de aula é um microcosmo do mundo, as diferenças estão ali e os alunos já as notam. Seja a cor de cabelo, a cor da pele, o biotipo físico, o sotaque ou até mesmo as diferenças intelectuais.

Antigamente, havia escolas específicas para homens e para mulheres. Em alguns países, infelizmente, existiam até escolas para brancos, negros, ricos, pobres, deficientes, religiões específicas.

Sendo assim, as diferenças não eram trabalhadas e as crianças eram “sentenciadas” às suas características.

Nos dias atuais, em pleno século 21, como os professores podem lidar com a diversidade em sala de aula?

Hoje, temos a tecnologia ao nosso favor. As fronteiras entre os países estão menores e a diversidade é parte, em período integral, do mundo em que vivemos.

Mostrar para os alunos que convivemos com pessoas diferentes, o tempo todo, é o primeiro passo. Assim como mostrar os inúmeros benefícios que essa diversidade nos proporciona: pontos de vistas diferentes, perspectivas diferentes, experiências diferentes.

Com a consciência sobre a existência da diversidade, vem o respeito às diferenças. Sendo assim, o professor pode pedir para que os alunos trabalhem as diferenças dentro da própria família, fazendo um trabalho com a árvore genealógica, por exemplo. Ficará ainda mais fácil para os alunos entenderem que as diferenças estão em todos os lugares, inclusive em seu próprio lar.

Além disso, o professor precisa ter em mente que é também sua missão transformar a escola em um ambiente seguro. Um lugar onde todos, mesmo com pensamentos diferentes, ou diferenças físicas, possam dialogar e interagir com liberdade.

O professor deve ficar atento e intervir quando surgir bullying, por exemplo. É preciso orientar a turma de imediato em situações desse tipo.

Portanto, conhecendo a sua turma e partindo do pressuposto que o mundo é um local diverso, o professor conseguirá preparar seus alunos para lidar com a diversidade, tão presente e inerente já no mundo atual.

Essa temática traz a possibilidade de trabalhar o homem do século 21. É uma porta para trabalhar além de respeito e aceitação, a autoestima. A colaboração e os relacionamentos são outros aspectos fundamentais que podem ser explorados nesse tema.

É responsabilidade dos educadores ensinar os jovens a respeitarem as diferenças, deixando claro que a heterogeneidade não significa desordem e caos, mas sim a oportunidade de unir diferentes pensamentos, ideais e manifestações que sejam capazes de fortalecer e enriquecer o ser humano.

Aceitar a diversidade é aceitar o desigual, o “esquisito” e o deslocado. É promover o resgate da pluralidade, seja nas línguas, nas raças, nos biotipos e nas condutas que não representam a maioria.

Diante de tantos casos de bullying,com fins trágicos, noticiados com frequência nos jornais, trabalhar a diversidade na sala de aula é uma necessidade urgente para construir uma sociedade mais humana e empática, baseada no respeito ao próximo.

Se você é educador e quer promover o respeito e a valorização da diversidade, continue a leitura e conheça as dicas que a Xalingo selecionou:

1. Fortalecer a autoestima a partir da representatividade

O professor pode fortalecer a autoestima dos seus alunos apresentando figuras consideradas símbolo de representatividade, ou seja, que se destacaram em suas jornadas pela busca de reconhecimento e respeito.

Para trabalhar a questão do racismo, por exemplo, o educador pode compartilhar as histórias de pessoas negras que ganharam destaque nacional ou internacional, ao combater o preconceito racial e fortalecer a população negra. Além disso, também pode buscar na literatura exemplos da crueldade sobre a escravidão, mas, acima de tudo, evidenciar a cultura e a capacidade dos negros de se organizar e de sobreviver.

2. Promover dinâmicas de integração para crianças

Uma atividade muito interessante é o “painel da diversidade”, que propõe personalizar bonecos de cartolina. O professor faz um boneco de cartolina branca ou papel pardo para cada aluno, entrega tintas, canetinhas, revistas e cola, e instrui os alunos a personalizá-lo de acordo com as suas características ou vontade.

Ao final da atividade, todos vão ter um boneco único. Em seguida, o educador cola os bonecos de mãos dadas no painel para simbolizar a amizade e o respeito, e conversa com a turma para esclarecer dúvidas sobre o tema.

3. Promover dinâmicas que estimulem valores importantes

Durante a educação infantil, a maior parte dos valores que carregamos por toda a vida nos são apresentados. São os exemplos, as situações e o convívio que fornecem aprendizagens importantes para as crianças.

Quando se trabalha valores como a amizade, a honestidade, o amor e o respeito ao próximo, também se está valorizando a diversidade na sala de aula.

Para essa situação, o educador pode recorrer à “dinâmica do feitiço”, que vira contra o feiticeiro. Todos os alunos formam um círculo, sentam-se no chão e, em seguida, escrevem em uma folha o que gostariam que o seu colega do lado direito fizesse. Porém, são eles que vão realizar a atividade proposta ao seu amigo. Assim, ensina-se a não fazer ou desejar para o outro o que você não quer para si.

4. Explorar a diversidade por meio de filmes infantis

Os filmes infantis e desenhos animados são recursos atuais e que geram identificação, são perfeitos para explorar as diferenças no ambiente escolar. O professor pode promover o dia do cinema na sala de aula, espalhando colchonetes e almofadas pelo chão.

Um dos filmes mais indicados para essa situação é o do ‘’Shrek’, que é composto por cenas que refletem sobre a diversidade, o conceito de normalidade e os lugares que a sociedade julga estarem destinados para as pessoas que são consideradas diferentes, levando em consideração padrões estéticos e fúteis.

5. Recorrer aos personagens da literatura infantil

A literatura infantil tem diversos exemplos para serem usados com o objetivo de ensinar as crianças a lidar com as diferenças. O ideal é fugir dos livros politicamente corretos e com raciocínios prontos, dando preferência para as histórias que permitem que os alunos façam uma reflexão.

O professor pode também contar a clássica história do Patinho Feio e, depois, pedir para que os alunos desenhem o seu próprio patinho. Ótima oportunidade para transmitir a ideia de que não existe um ser humano melhor que o outro e de que todos nós temos características únicas que devem ser respeitadas.

Todo educador tem que estar consciente da importância de oferecer ao seu aluno um ambiente escolar que dê prioridade e estimule o respeito à diversidade, atuando na formação de cidadãos empáticos, a ponto de se preocuparem com outros e desenvolverem espírito de coletividade.

Por isso é papel da escola e dos seus educadores trabalhar a diversidade na sala de aula, com a missão de formarem cidadãos mais humanos, capazes de respeitar as diferenças culturais, étnicas, religiosas, ideológicas, entre outras.

Ao conhecer os fatos e compreender a pluralidade que os cercam, os alunos tendem a se sentirem responsáveis pela transformação do seu ambiente e de sua história. 

Fontes:

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