Já comentamos por aqui que as crianças têm acesso ao mundo virtual – com suas qualidades e defeitos – cada vez mais cedo. Por isso, sempre é importante voltar a este assunto, pois novas dúvidas surgem todos os dias.
Na semana passada, o jornal Zero Hora (RS) publicou uma entrevista com a advogada Patrícia Peck Pinheiro, fundadora do movimento Criança Segura na Internet. Na conversa, ela lembra que como os pais não deixam seus pequenos saírem sozinhos na rua, não é recomendado que elas naveguem na internet sem a supervisão de um adulto.
Confira, abaixo, a opinião da advogada – que também é especialista em Direito Digital – sobre dúvidas dos leitores publicadas na página do jornal no Facebook.
Controle de navegação – a advogada recomenda o uso de algum software de controle parental, que é oferecido inclusive pelos provedores. Estes softwares permitem bloquear sites e acompanhar a navegação dos filhos. Ela também recomenda que os pais “joguem o nome dos filhos no Google” para conferir menções e imagens.
Idade para acessar – uma criança pode iniciar com qualquer idade, desde que acompanhada dos pais. Patrícia compara a internet à rua: se, por segurança, os pais não deixam os filhos saírem sozinhos por aí (afinal, o mundo é cheio de riscos que podem ser prevenidos), porque deixar os pequenos sozinhos na internet. A partir dos 12 anos pode-se dar um pouco mais de autonomia.
O papel da escola – também faz parte do papel da escola educar as crianças sobre o uso ético e seguro da internet. O assunto deve ser tratado pelo menos nas aulas de informática, mas também pode ser abordado em outras disciplinas, como Filosofia e Sociologia.
Perfis nas redes sociais – as principais redes sociais não permitem que crianças com menos de 14 anos tenham perfil e os pais não devem deixar os pequenos burlar a regra, criando um perfil com idade falsa. A sugestão é que o pai tenha um cadastro seu e compartilhe a gestão com o filho.
Acesso ao e-mail – a criança pode ter um e-mail, mas a conta deve ser aberta pelos pais e a senha ser compartilhada, para que se acompanhe o uso. Entre os adolescentes, a autonomia pode ser maior.
Manter um blog – é preciso, antes, ler o termo de uso e respeitar as regras do site. Os pais não precisar censurar nem moderar, mas devem ler o que os filhos escrevem e, se acharem algo impróprio, orientar o filho e pedir que tire do ar.
Tempo online – até os dez anos, Patrícia recomenda que a criança não fique mais do que duas horas diárias online. Entre os mais velhos, que têm no computador e na internet uma ferramenta de estudo, este tempo pode aumentar, mas não ultrapassar seis horas diárias.