Os pais pedem para parar, prometem castigos, imploram por calma. Mas parece que, quando irmãos decidem brigar, não ouvem ninguém. E os pais ficam com medo de serem injustos. Assim, situações de caos seguem ocorrendo, tirando a alegria do lar e desestabilizando a família. Os pais chegam, em alguns casos, a sentirem-se incompetentes, incapazes de lidar com um problema que parece simples. Nestas horas, qual é a melhor forma de agir?
A primeira atitude positiva é analisar a situação como um todo, tentando localizar os motivos destas situações de estresse. O ciúme, uma das principais causas de brigas, pode ser causado por uma forma diferenciada de tratamento entre os filhos. Como cada filho é único, o tratamento dedicado a cada um acaba sendo distinto. Os filhos não são tratados da mesma forma, pois têm necessidades diferentes. O problema é que para as crianças essas diferenças não ficam claras: para os pequenos, se os pais são os mesmos, todos devem ser tratados igualmente. Por não saber lidar com as diferenças de tratamento, que são normais, a criança extravasa a raiva com socos, chutes, murros, mordidas, beliscões e palavrões.
Mas não só o ciúme explica a agressividade entre irmãos. E o outro problema pode estar nos pais. Casais estáveis, bem resolvidos e em harmonia normalmente têm filhos com menos atritos e brigas – que, quando ocorrem, são por problemas passageiros que facilmente se resolvem. Já nas famílias em que as brigas são frequentes, os filhos parecem desenvolver uma linguagem corporal que inclui socos e palavrões. Os filhos são o reflexo dos pais em comportamento, humor, angústias, doçura e agressividade. Se eles brigam demais, pode ser porque o lar não seja s mais calmo.
O primeiro passo dos pais deve ser uma avaliação da conduta e da forma de relacionamento com os filhos. Para tornar o ambiente mais leve, uma dica é relacionar-se com cada filho em momentos diferentes, a sós. Assim, será possível dar para cada um o que merece e precisa. Mesmo havendo um tratamento diferenciado, nunca compare as crianças nem estimule a competitividade. Quando um perder, a autoestima despenca – e pessoas com baixa autoestima podem tornar-se mais agressivas e revoltadas.