Qual professor não conhece os perfis de aluno “ligado na tomada” ou “no mundo da lua”, que nunca terminam as lições, entregam as provas em branco, fazem bagunça o tempo todo, não conseguem ficar sentado e ainda contagiam os colegas? São alunos que vivem olhando para o nada e não prestam atenção nas aulas. Em uma avaliação superficial, podem ser vistos como “indisciplinados”, “desobedientes” ou “preguiçosos”. Porém, esse “aluno-problema” pode sofrer de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O que é TDAH?
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é um transtorno neurobiológico, que aparece na infância e, frequentemente, acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por alterações nos neurotransmissores da parte frontal do cérebro, zona que regula a memória, a concentração, a organização e o autocontrole, modificando o comportamento da pessoa. O indivíduo TDAH apresenta sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ainda não está determinada se a causa do problema é genética ou ocorre devido a fatores externos (ambiente doméstico, problemas na gravidez ou ingestão de substâncias potencialmente tóxicas, por exemplo).
Sintomas e tipos
Geralmente, o transtorno é diagnosticado já na infância. O TDAH é classificado em três tipos: hiperativo, desatento e impulsivo. Dessa forma, crianças podem apresentar comportamentos diferentes e serem diagnosticadas com TDAH.
Tipo desatento – A criança é dócil, mas não consegue prestar atenção nas matérias e se dispersa facilmente. Cansa rapidamente de uma atividade, distrai-se com qualquer interrupção e demora para voltar a se concentrar na tarefa anterior. Se esquece facilmente das coisas e costuma ter problemas de relacionamento com os demais.
Tipo hiperativo – A criança é “elétrica” e apresenta a maioria dos sintomas do tipo desatento, mas também dificuldades para relaxar. Não consegue ficar quieta por muito tempo: se está sentada, fica mexendo as mãos e os pés. Sempre está se levantando, andando pela classe, perturbando os colegas ou pedindo para sair da sala sob qualquer pretexto.
Tipo impulsivo – A criança também apresenta sintomas dos tipos anteriores, além de demonstrar impaciência e agressividade. Não sabe esperar sua vez, interrompe a conversa de outras pessoas, está sempre correndo, não espera o professor terminar a pergunta para responder, não termina as lições ou deixa para fazer tudo em cima da hora.
Diagnóstico
É feito por um médico especializado, normalmente neurologista ou psiquiatra. A criança com TDAH tem dificuldades para se adaptar às rotinas, por isso os sintomas não costumam ser notados até ela alcançar a idade escolar. Assim, a observação atenta do professor é importante para o diagnóstico. Alguns indivíduos só são diagnosticados com o transtorno quando adultos, principalmente os que possuem o TDAH do tipo desatento.
Como ajudar o aluno com TDAH?
Não é uma tarefa fácil, mas é possível! Mesmo que exija paciência e cooperação por parte de pais, médicos e educadores. Com a medicação apropriada, geralmente o aluno apresenta grande melhora nos sintomas. Porém, algumas atitudes simples, em sala de aula, podem auxiliar bastante o aluno a reter os conteúdos satisfatoriamente, bem como apresentar um comportamento mais adequado.
Criar rotinas – Crianças com TDAH precisam de rotinas para se sentirem calmas e seguras. Deixe a rotina diária escrita em um local visível da sala e, se for necessário fazer algo diferente do estipulado, avise à criança com antecedência.
Fazer combinados – A criança deve ter consciência das coisas que pode ou não fazer em sala. Repreenda o mau comportamento, mas lembre-se de valorizar o bom. Crianças com TDAH costumam ter problemas de autoestima, então procure sempre incentivá-las.
Diversificar as atividades – As crianças com esse tipo de transtorno não conseguem focar sua atenção em algo por muito tempo. Considere isso quando for planejar as atividades em sala de aula.
Afastar o aluno do barulho – Ficar perto de portas, janelas ou no fundo da classe pode distraí-lo. Procure fazer com que ele se sente no meio da sala ou nas primeiras carteiras, onde a possibilidade de distrações é menor.
Manter contato constante com a família – Os educadores e os pais devem ter contato frequente, trocando ideias, experiências e avaliando os progressos do aluno, bem como o que pode ser feito para ajudá-lo e incentivá-lo ainda mais.
Durante muito tempo, alunos com TDAH foram vistos como “crianças-problema” e desvalorizados em suas reais capacidades. Assim eram impedidos de progredir. Atualmente, o professor não deve rotular os alunos “difíceis”. Deve buscar, com a família e a direção da escola, os meios de ajudá-los, verificando se possuem TDAH ou alguma outra dificuldade. É importante procurar soluções para que os alunos possam progredir socialmente e participar plenamente do processo de aprendizagem.
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Fontes: