O Dr. Carlos González é franco em dizer: “o compromisso dos pais é ter comida saudável em casa. Se você não adquire refrigerantes e biscoitos, seu filho não vai comer essas coisas”.
Categórico em afirmar que jamais os pais devem obrigar os filhos a comer (nem enganando-os, com distrações, prêmios, ameaças, castigos e chantagens), Carlos González afirma que sim: os filhos devem comer o que gostam. Mas então você se pergunta: “Meu filho não acabará comendo somente bobagens?” O Dr. é enfático em dizer: “Não quer que seu filho coma biscoito? Então não compre biscoitos. É a sua responsabilidade”.
Segundo Carlos, o compromisso dos pais é ter comida saudável em casa. Se você não adquire refrigerantes, biscoitos e salgadinhos, seu filho não vai comer essas coisas. E se acredita (com razão) que não é preciso ser tão rígido, e que as crianças podem comer uma guloseima de vez em quando, você decide qual é o limite e quantos biscoitos comprar por mês.
“Enquanto o pequeno não tiver dinheiro e capacidade física e mental para fazer compras sozinho, ele só vai comer biscoitos de chocolate se os seus pais lhe oferecerem. A criança não tem culpa dos erros dos adultos. E quando seu filho tiver dinheiro e capacidade para usá-lo, tomara que só compre biscoitos de chocolate – e não bebidas alcoólicas ou coisas piores”, afirma Carlos.
Se você fez a sua parte, na sua casa tem só (ou quase somente) comida saudável. Dentro desse limite, seu filho pode decidir o que come, em que momento e em que quantidade.
Muitas crianças não podem tomar decisões. Elas têm de comer o que seus pais definem, no momento em que determinam. Isso não é digno e, a longo prazo, é perigoso. Em plena epidemia de obesidade, é prudente você ensinar seu filho a comer “só mais duas colheradas”?
Enquanto come o que sua mãe, orientada por um médico, diz, a criança ficará mais ou menos bem. No entanto, aos 15 ou 20 anos, quem liga para a mãe ou para o médico?
Quem não souber tomar suas próprias decisões vai procurar alguém que lhe diga o que comer; mas esse alguém não será a sua mãe. Será a televisão, a internet. Será “a dieta da laranja”, “os segredos das estrelas para emagrecer”, “os superalimentos”, “como perder três quilos em um fim de semana”.
Observe os anúncios de alimentos na TV. Quase nenhum deles merece o título de comida. Você não vai ver propaganda de cenouras, peras, lentilhas… Só de refrigerantes e guloseimas. Por isso, é importante que seu filho saiba tomar suas próprias decisões e não coma só o que dizem para ele comer. Porque não irão dar bons conselhos a ele.
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