Toda mãe tem o direito de receber o filho no colo, assegurando o contato pele a pele, imediatamente após seu nascimento. É o que reforça a portaria divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde a respeito do atendimento ao recém-nascido na sala de parto. As recomendações são parte da atualização das diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o texto propõe também o aleitamento materno na primeira hora de vida, uma recomendação da Unicef para reduzir a mortalidade infantil, exceto em casos de mãe com HIV ou HTLV positivos (este último da família do vírus HIV). Desde que não apresente problemas respiratórios, o bebê deve ser examinado, pesado e vacinado, entre outros procedimentos, somente depois desse intervalo.
O clampeamento do cordão umbilical (termo médico que se refere ao corte do mesmo) deve ser feito após cessadas as pulsações do tecido, o que ocorre entre 1 e 3 minutos depois do parto, segundo a portaria. A medida é importante, de acordo com estudos científicos, para evitar anemia nos primeiros seis meses de vida. Além disso, favorece a oxigenação do bebê, pois o sangue transmitido pelo cordão é rico em ferro e oxigênio.
Já, se o bebê apresentar respiração ausente ou irregular, a indicação é que seja seguido o fluxograma do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria. O estabelecimento de saúde que mantiver profissional de enfermagem habilitado em reanimação neonatal na sala de parto deverá possuir em sua equipe, durante 24 horas, ao menos um médico que também seja capacitado.
A portaria também muda as regras em relação à equipe que fará o atendimento ao recém-nascido, garantindo que seja formada por médico residente (preferencialmente pediatra ou neonatologista), enfermeiro (preferencialmente enfermeiro obstetra ou neonatal), técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem – desde o período anterior ao parto até que o recém-nascido seja encaminhado ao quarto em alojamento conjunto com a mãe ou à unidade neonatal.