Blog :: Xalingo

Tag - parto humanizado

Parteiras podem evitar 2/3 das mortes em recém-nascidos, diz ONU

Antigamente, no tempo dos nossos pais e avós, a parteira era uma figura importantíssima na hora do parto. Como os hospitais eram raros, ess mulher ia de casa em casa ajudando as futuras mamães a colocarem seus filhos no mundo.

O tempo passou, a medicina avançou e a parteira foi sendo esquecida. Entraram em cena a cesárea e outras facilidades que a mãe pode recorrer na hora de dar à luz. Mas engana-se quem pensa que essa nobre profissão está com os dias contados. Pelo menos não é o que a Organização das Nações Unidas (ONU) pensa desse ofício.

O órgão destacou que o trabalho das parteiras pode evitar cerca de dois terços de todas as mortes maternas e entre recém-nascidos registradas no mundo. De acordo com a entidade, as parteiras também são capazes de oferecer 87% de todos os serviços relacionados à saúde sexual, reprodutiva, materna e do recém-nascido. Ainda assim, apenas 42% das pessoas com habilidades para serem parteiras trabalham nos 73 países onde são registradas mais de 90% das mortes maternas e de recém-nascidos.

Desde 2008, o organização trabalha em parceria com governos e formadores de políticas públicas na tentativa de construir uma força-tarefa de parteiras competentes e bem treinadas para atuar em localidades de baixa renda.

No Brasil o grupo Parceiras Urbanas dá dicas e esclarece dúvidas das futuras mamães em relação ao parto humanizado. Por sinal, o parto humanizado tem sido muito debatido pelas mulheres que estão grávidas ou que pretendem ter filhos, deixando um pouco de lado a famosa cesárea e os hospitais convencionais.

Uganda - Health - Maternal and HIV Patients Care

Qual a diferença entre parteira e doula?

Parteiras: A parteira é a pessoa que recebe no mundo o recém-nascido. Seu trabalho é auxiliar o trabalho de parto da mulher, e sua preocupação principal é com o bom andamento do TP e as possíveis intercorrências que podem colocar em risco a saúde da mulher e do bebê.

As parteiras trazem consigo muitos conhecimentos e técnicas eficientes para o bom andamento do trabalho de parto. Dependendo de sua formação, seus recursos para facilitar o parto variam grandemente, e incluem: manobras e posições, chás e alimentos, medicamentos, banhos de ervas, massagens e rezas, entre outros.

Doulas: A doula é a profissional que se preocupa com o bem-estar físico e emocional da mulher em trabalho de parto. É uma espécie de aprendiz de parteira. Seu papel  é o de ter empatia com a mulher durante o trabalho de parto, e ajudá-la a ter uma experiência positiva, amenizando seu medo com palavras e sua dor, com carícias.

A doula também possui um leque de técnicas para ajudar no desenrolar do trabalho de parto, porém ela não faz nenhum procedimento médico. Assim como a parteira, ela pode se utilizar de posições, chás e alimentos, banhos de ervas, massagens e rezas, porém não pode efetuar manobras, toques ou suturas.

Se você busca um parto humanizado precisa saber o que é uma Doula

Quando a mulher engravida uma das maiores dúvidas é sobre o tipo de parto: natural ou cesárea.

Cada vez mais as futuras mamães buscam alternativas mais humanizadas para este momento tão especial da sua vida e também da do bebê que está chegando.

Se você busca um parto humanizado precisa saber um pouco mais sobre as doulas. A palavra serve para denominar as acompanhantes de parto que oferecem suporte afetivo, físico, emocional e de conhecimento para as mulheres. Esse suporte pode ser dado antes, durante e depois do parto.

Antigamente os partos eram realizados pelas parteiras que cuidavam da mulher em todos os aspectos. Hoje os partos são feitos em hospitais com uma equipe especializada. Obstetras que têm a função de fazer o parto, pediatra para avaliar a saúde do bebê, a enfermeira e auxiliares que devem auxiliar os médicos para que nada falte e atender as outras mulheres também. E quem oferece assistência à mulher que está dando à luz?

Esse é o papel da Doula, atender as necessidades da mulher. O ambiente hospitalar e as pessoas desconhecidas geram na mulher medo, dor e ansiedade na hora do parto. A Doula então oferece todo apoio afetivo e emocional para que a mulher sinta-se segura e tranquila.

Antes do parto ela ajuda a mulher e o seu companheiro a refletirem e escolherem suas opções para o parto, explicando os diferentes tipos, as vantagens e desvantagens de cada um, as intervenções que podem ser realizadas e prepara a mulher para quando chegar a hora do parto.

No parto cesárea, a Doula também é importante, pois continua dando apoio, conforto e ajudando a mulher a relaxar durante a cirurgia. Depois do parto, a Doula oferece assistência e apoio em relação aos cuidados pós-parto, à amamentação e cuidados com o bebê.

Pesquisas mostram que o parto em que uma Doula está presente tende a ser mais rápido e necessitar de menos intervenções médicas.

Confira algumas vantagens em se ter uma Doula na hora do parto:
· Diminui o uso do fórceps em 40%
· Diminui a incidência de infecção
· Diminui insegurança da mãe, ocasionando um maior autocontrole e menos dor
· Reduz do risco da depressão pós-parto
· Sucesso na amamentação
· Maior auto estima da mamãe
· Maior satisfação com relação ao parto
· Alta mais rápida do bebê
· Poucas admissões nos berçários de cuidados especiais (UTI neonatal)
· Diminui as taxas de cesárea em 50%
· Diminui a duração do trabalho de parto em 20%
· Diminui o uso da Ocitocina (indução de parto) em 40%
· Diminui os pedidos de anestesia em 60%
· Diminui o tempo de internação, possibilitando uma maior rotatividade de leitos.
· Economia quanto ao uso de medicamentos (ocitocina, anestésicos, etc).

Mother Holding Newborn Baby

Novas diretrizes tornam atendimento ao recém-nascido mais humanizado

Toda mãe tem o direito de receber o filho no colo, assegurando o contato pele a pele, imediatamente após seu nascimento. É o que reforça a portaria divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde a respeito do atendimento ao recém-nascido na sala de parto. As recomendações são parte da atualização das diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, o texto propõe também o aleitamento materno na primeira hora de vida, uma recomendação da Unicef para reduzir a mortalidade infantil, exceto em casos de mãe com HIV ou HTLV positivos (este último da família do vírus HIV). Desde que não apresente problemas respiratórios, o bebê deve ser examinado, pesado e vacinado, entre outros procedimentos, somente depois desse intervalo.

O clampeamento do cordão umbilical (termo médico que se refere ao corte do mesmo) deve ser feito após cessadas as pulsações do tecido, o que ocorre entre 1 e 3 minutos depois do parto, segundo a portaria. A medida é importante, de acordo com estudos científicos, para evitar anemia nos primeiros seis meses de vida. Além disso, favorece a oxigenação do bebê, pois o sangue transmitido pelo cordão é rico em ferro e oxigênio.

Já, se o bebê apresentar respiração ausente ou irregular, a indicação é que seja seguido o fluxograma do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria. O estabelecimento de saúde que mantiver profissional de enfermagem habilitado em reanimação neonatal na sala de parto deverá possuir em sua equipe, durante 24 horas, ao menos um médico que também seja capacitado.

A portaria também muda as regras em relação à equipe que fará o atendimento ao recém-nascido, garantindo que seja formada por médico residente (preferencialmente pediatra ou neonatologista), enfermeiro (preferencialmente enfermeiro obstetra ou neonatal), técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem – desde o período anterior ao parto até que o recém-nascido seja encaminhado ao quarto em alojamento conjunto com a mãe ou à unidade neonatal.

Mother and Newborn in Hospital

Pesquisa revela número alto de cesáreas no Brasil

Uma pesquisa divulgada recentemente mostra que o número de partos cesáreas no Brasil é ainda maior do que se imaginava. A pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pela Fiocruz, mostra que o Brasil apresenta alto índice de cesarianas e, no setor privado, a situação é ainda mais alarmante.

O estudo, o maior já realizado sobre parto e nascimento no País, revela que a cesariana é realizada em 52% dos nascimentos em instituições públicas, sendo que, no setor privado, o número chega a 88%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que somente 15% dos partos sejam realizados por meio desse procedimento cirúrgico.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria do Carmo Leal, o número excessivo de cesarianas expõem desnecessariamente as mulheres e os bebês aos riscos de efeitos adversos no parto e nascimento. “O índice elevado de cesarianas se deve a uma cultura arraigada no Brasil de que o procedimento é a melhor maneira de se ter um filho. Em parte porque, no Brasil, o parto normal é realizado com muitas intervenções e dor”, esclarece.

O estudo aponta que quase 70% das brasileiras deseja um parto normal no início da gravidez. Entretanto, poucas foram apoiadas em sua preferência pelo parto normal: nos serviços privados, esse valor foi de apenas 15% para aquelas que estavam em sua primeira gestação.

Extreme close-up of a crying newborn baby lying on mother