Conhecer a opinião de pais sobre as diferenças de estilo de vida, de comunicação e de formas de ver o mundo é fundamental para que a educação das crianças – ou futuros adultos! – seja correta e plena. O incentivo à criatividade é, sempre, uma necessidade para os pais.
De Novo Hamburgo (RS), Luis Gustavo Schneider é pai de João Pedro, de 11 anos. Ele percebe um menor uso do poder criativo nas brincadeiras das crianças de hoje. “Antigamente éramos mais criativos na forma de brincar, corríamos rua o dia inteiro e inventávamos brincadeiras com objetos comuns, como paus, cordas e latas”, recorda. Ele compara essas atividades com as hoje, como jogar playstation, ficar no computador e assistir tv a cabo. “Brincadeiras de rua quase não ocorrem mais, pois há o problema da segurança. E há muitas diferenças na forma de se comunicar: antes, era pessoalmente ou por telefone convencional, que ainda assim era raro. Hoje, meu filho tem celular, manda torpedos, fala no MSN e por ai vai”, exemplifica.
A vida digital apresenta, segundo Schneider, uma grande vantagem: as informações do mundo chegam praticamente ao vivo. “O que eles sabe com 11 anos com certeza eu não sabia quando eu tinha essa idade. Vejo isso com uma grande vantagem, pois muitas informações, nessa idade, são absorvidas para o aprendizado e criação de valores”, comenta. Por outro lado, ele destaca que a era digital não tem limites e que o que você imagina querer saber está lá. “Só que tem coisas para o mal e de fácil acesso. Quer criar uma bomba, dar um golpe, matar alguém, acessar pornografia? A internet ensina”, lamenta. Por isso, Schneider procura controlar o que é acessado, para que seu filho aproveite a era digital da melhor forma possível.
Ao mesmo tempo que incentiva e supervisiona a internet, o pai incentiva a leitura de livros em papel, pois entende que através da leitura o filho aperfeiçoará a alfabetização. Mas, juntos, eles usam muito a leitura digital, por ser de acesso mais fácil e prático. Já na hora da diversão em família, a opção fica nas mais tradicionais, como jogar tênis, futebol de botão e pebolim.
O acesso mais rápido a diferentes tipos de conhecimento, serviços e entretenimento também é destacado por Jaqueline Fabiula Pires, mãe de Valentina Pires Sant’Anna, de 2 anos. “Isso é muito bom, pois aproxima o que está muito longe. Entretanto, perde um pouco da beleza e magia que era brincar na rua com amigos, andar de bicicleta, subir em árvores, ficar até tarde na rua brincado de esconder”, reflete, complementando que como Valentina nunca viverá como foi na infância da mãe, então para a pequena o hoje é perfeito, pois é a realidade dela.
Apesar da perfeição com que a filha percebe o mundo, a Jaqueline aponta alguns problemas a serem enfrentados. “No estilo de viver de hoje nos preocupamos mais com a violência, drogas e os abusos como álcool, sexo e baladas. No passado, meus pais nem falavam sobre isso. Hoje, explicamos e conversamos mais com as crianças, deixando com que elas coloquem seus pontos de vista sobre uma determinada situação. Usamos a tão moderna psicologia infantil com medo de traumatizá-los, o que às vezes eu acho um exagero”, afirma.
E você, o que pensa sobre esse assunto? Como é a sua relação com seus filhos? O que mudou da sua infância para a deles? Compartilhe sua opinião! Use nosso espaço de comentários para a troca de ideias!