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Brigas dos pais afetam crianças a longo prazo

A vida nem sempre é um mar de rosas. Há, claros, momentos mais difíceis, que merecem toda a atenção dos pais para que decisões e posturas de hoje não afetem a vida das crianças a longo prazo. A rotina da casa impacta diretamente a saúde mental e o desenvolvimento dos pequenos e a dinâmica do relacionamento dos pais é um dos fatores que pode colaborar com o bem-estar das crianças.

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Sabemos que pequenas discussões cotidianas fazem são parte da vida e da rotina. Essas, segundo o psiquiatra Gordon Harold, têm um impacto mínimo – para não dizer nulo – nos pequenos.

Mas o que realmente afeta as crianças?

  • comportamentos exagerados, como brigas com gritos;
  • demonstrações mútuas de raiva diante dos filhos;
  • quando um cônjuge ignora o outro constantemente.

Gordon Harold, que é professor de Psicologia da Universidade de Sussex (Reino Unido) e pesquisador dos impactos de conflitos interparentais nas crianças, relata que pesquisas internacionais conduzidas ao longo de décadas analisaram comportamentos domésticos e o desempenho de crianças ao longo da vida. Entre os resultados, destaca-se a informação de que a partir dos seis meses de vida, crianças que são expostas a conflitos tendem a ter batimentos cardíacos mais acelerados e níveis mais altos de estresse, sintomas que prejudicam a formação de conexões neurais nos cérebros infantis.

Dessa forma, os estudos apontam que conflitos interparentais severos ou crônicos podem provocar consequências como interrupções no desenvolvimento cerebral, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, indisciplina e outros problemas graves em bebês, crianças e adolescentes.

E tem mais: efeitos similares são observados em crianças expostas a brigas menos intensas, porém contínuas, em comparação com crianças cujos pais resolvem seus conflitos e negociam entre si de modo construtivo.

Por isso a qualidade do relacionamento entre os pais é um elemento central para a boa formação e desenvolvimento das crianças. E esse relacionamento não depende da união: brigas constantes entre pais que moram separados também têm esse efeito, que também não depende de vínculo sanguíneo (a questão vale para filhos biológicos ou adotivos).

Fonte: UOL Notícias

 

Pais separados, crianças à parte.

Se o divórcio tem sido cada vez mais presente nas estatísticas dos casais no País (e no mundo), é preciso sempre chamar a atenção para os filhos no meio do turbilhão de sentimentos. Muitas vezes pais e mães não conseguem deixar de lado opiniões negativas sobre o ex-cônjuge e acabam influenciando as crianças, de maneira consciente ou inconsciente, o que, segundo artigo da Revista Crescer, pode ser traumático.

A tentativa de alienar a criança do outro genitor, manipulando-o e usando-o contra o outro, é conhecida como alienação parental. Acima dos trâmites do divórcio e dos possíveis ressentimentos, é preciso estar sempre atento aos filhos em primeiro lugar. Algumas atitudes deles podem sinalizar a pais, familiares, amigos e demais adultos que eles estão vivendo uma situação crítica.

Algumas crianças que convivem com essa atitude costumam direcionar muita raiva e agressividade ao genitor que está sendo “excluído”, e até mesmo citar justificativas que não são próprias da sua idade – como pagamento de pensão ou finanças. Além disso, os menores costumam demonstrar de maneira corporal, ficando doentes com muita frequência.

É importante identificar o quanto antes para tentar diminuir possíveis traumas da criança fragilizada, que pode sentir como se a culpa fosse sua. Segundo a psicóloga consultada no artigo, a recomendação é manter o canal de comunicação sempre aberto entre pais e filhos, transmitindo segurança, além de buscar terapia e acompanhamento psicológico não só para as crianças mas também para os pais que acabaram por criar a situação. Acima de tudo, pais precisam colocar limites em si mesmos para agir de maneira coerente e amorosa, mesmo que seja cada um em sua casa, com sua nova família.

Perdas de animais de estimação

Os nossos melhores amigos, um dia, também se vão. Por mais difícil que possa ser, a aceitação de uma perda precoce tende a ser mais facilmente superada na fase adulta. Na infância, talvez não tanto. Exemplo comum: a perda de um animal de estimação. Tanto para pais quanto para filhos, isso pode se transformar em um longo período de tristeza. No entanto, embora nada agradável, esse tipo de situação, pode ajudar os pais, durante a infância dos filhos, a ensiná-los a conviver melhor com momentos como este.

Não minta, não omita, não invente historinhas que depois irão se desdobrar em verdades e, assim, irão decepcionar a criança. Se o bichinho morreu, conte o que de fato aconteceu, primeiramente introduzindo e depois deixando com que o pequeno instigue a sua imaginação a fim de saber e, desta forma, questionar a respeito, até descobrir por si só.

Outro ponto bastante interessante que deve ser levado em conta é o fato de você não ter a mínima necessidade de tentar esconder a sua própria tristeza (na frente das crianças). Demonstrar que você também está triste e sente a perda do animalzinho passa a sensação de que é natural sofrer com o falecimento de algo que todos gostavam muito. Isso acaba se tornando confortável para o pequeno, pois ele saberá que não está sofrendo sozinho.

Um álbum com fotografias e uma série de conversas com bons momentos, relembrando o animal, podem ser bastante importantes. As boas recordações duram para sempre e podem amenizar a dor, fazendo com que a criança se empolgue novamente. Tudo depende da idade e da relação que o seu filho tinha com o animalzinho. Mas, com o tempo, os diálogos podem chegar ao ponto em que você sugira à família ter um novo animal de estimação. E a criança gostar disso será uma felicidade e tanto! Tanto para ela quanto para toda a família!

Pais separados e o processo para a criança

Nada nesta vida é fácil. Separação e o posterior término de um casamento, depois de anos, então, implica em diversos diálogos, que podem se transformar em sérios problemas, principalmente se o casal tem filhos. São as crianças as que mais sofrem com uma situação que não querem encarar de jeito algum. Se para um adulto (seja o homem, a mulher, os pais deles ou até mesmo os filhos já crescidos) o divórcio já é complicado, imagine para alguém que ainda curte o doce período da infância.

Mais do que qualquer outra alternativa, o melhor a fazer é manter a conversa em dia e agir com maturidade. Por mais difícil que possa ser, é preciso encarar a presença do ex-marido ou ex-esposa de frente, levando em conta que o seu filho gosta de vocês dois. Tal qual os pais em relação aos filhos, os pequenos também podem ter um preferido na relação, mas agir com naturalidade é a grande dica para deixar tudo sempre às claras, uma vez que a rotina muda.

Há uma série de fatos de cunho negativo que podem acontecer: os bebês, por exemplo, podem ficar bem mais agitados devido ao estresse, enquanto que as crianças pequenas podem voltar a fazer xixi na cama, e as mais crescidinhas podem ter problemas na escola. Conforme já citado, o mais importante é encarar com naturalidade esta nova realidade. A vida segue! Por mais difícil que seja para todo mundo, a decisão está tomada e é preciso viver a nova fase.

As atitudes sempre dependem muito da maneira como cada família encara a situação. No fim das contas, carinho, atenção, respeito e maturidade em meio ao diálogo, para demonstrar aos filhos o quanto ambos – pai e mãe -, gostam deles, são fundamentais.