Segundo estudo realizado por pesquisadores ingleses, 90% dos pais estão dando mais atenção e brincando mais com seus filhos.
Entre as descobertas da pesquisa, estão o aumento de interação entre pais e filhos, porém, em regiões menos favorecidas, os impactos da pandemia foram negativos, devido à falta de opções de lazer gratuitas e muito tempo em frente às telas.
Para o estudo (que busca entender como o lockdown influencia na rotina das famílias), foram realizadas entrevistas com 600 pais e mães, com filhos entre 8 e 36 meses. Eles foram perguntados a respeito do tempo gasto com leitura e brincadeiras com seus filhos nos últimos meses. Noventa por cento deles disse estar passando mais horas com as crianças do que antes. Esse número, porém, não reflete a realidade de toda a população.
“É animador ver que a maioria das famílias tem conseguido encontrar tempo para conversar, ler e brincar com seus bebês durante esse período crítico, mesmo em meio a tudo o que está acontecendo. Mas, pelo que os pais estão nos dizendo, fica claro que durante o confinamento alguns bebês estão ficando para trás”, disse a psicóloga Alexandra Hendry, uma das autoras.
Um dos objetivos da pesquisa era avaliar como o fechamento de parques, bibliotecas e outros espaços públicos tem afetado o desenvolvimento das crianças. Os autores observaram que, sem acesso a opções de lazer gratuitas na quarentena, crianças de bairros mais pobres ficaram com o leque de atividades limitado. O resultado? Elas estão passando menos tempo com os pais e ainda mais horas em frente às telas.
Manter esses espaços de lazer aberto deveria ser uma prioridade, segundo os pesquisadores. Eles alegam que as crianças de regiões mais pobres precisam de um auxílio extra neste momento de pandemia, para garantir um desenvolvimento saudável. “Tudo o que acontece nos 1001 primeiros dias, desde a gravidez, estabelece as bases para o desenvolvimento das crianças. Portanto, o impacto de experiências desiguais durante a pandemia pode ter efeitos duradouros, se não houver uma ação imediata para apoiar essas famílias. Bebês e crianças pequenas deveriam ser o centro nos esforços de recuperação da covid-19”, disse Sally Hogg, chefe de Política da Fundação Parent-Infant.
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Créditos da imagem: Freepik
Fonte: Crescer