Crianças são curiosas por naturezas. Na maioria das vezes, essa curiosidade é efeitos inofensivos. Mas quando o seu filho coloca algo dentro do nariz, é preciso tomar bastante cuidado.
Apesar de parecer inusitada, essa situação corresponde a até 15% dos casos de emergência em serviços de otorrinolaringologia, de acordo com uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina de Marília (SP).
Segundo a otoneurologista Jeanne Oiticica, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, os pais devem levar a criança imediatamente ao pronto-socorro e não tentar retirar o objeto em casa.
“Uma vez que o item está preso na narina da criança, a preocupação é que ele não desça para as vias aéreas e provoque engasgos e sufocamento”, explica Oiticica. “Mesmo com boas intenções, os pais não tem a técnica e os instrumentos necessários para a remoção do objeto e podem acabar complicando o quadro da criança se tentarem retirar em casa.”
No caminho até o hospital, a médica sugere que a criança permaneça sentada, pois o objeto tem mais chances de se deslocar caso ela esteja deitada. Normalmente, o item é facilmente retirado no pronto-socorro, mas, caso ele tenha descido, o procedimento cirúrgico pode ser necessário. Cerca de 4% dos casos levam à internação e 0,7% causam óbito.
Como evitar?
Mas como fazer para evitar essa situação? Segundo Oiticica, a simples presença de um adulto próximo às crianças não é suficiente para prevenir o acidente, afinal, apenas 5% das crianças que passaram por isso estavam desacompanhadas. “Na maioria das vezes, os pais estão focando em outras atividades da casa ou até cuidando de outro filho enquanto o incidente acontece”, explica.
Por isso, o segredo está na forma como você organiza a sua casa, deixando objetos pequenos e cortantes fora do alcance das crianças. Além disso, é claro, fique de olho enquanto o seu filho brinca e come: arroz, feijão, milho e peças de brinquedos pequenas são os principais itens encontrados nesses casos.
Preste atenção se a criança apresentar mal cheiro nasal e rinorreia (secreção de catarro) em uma das narinas.
“A maioria das crianças que chegam ao hospital com objetos no nariz são meninos (54% dos casos) e tem até 3 anos de idade”, afirma Oiticica. “Nessa faixa etária, elas são muito curiosas e tendem a levar tudo à boca, porque não sabem discernir o que é perigoso ou não. A partir dos 4 anos, é mais fácil conversar sobre os riscos de se machucar e como prevenir isso”, explica.
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