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A música que se aprende hoje pode ter efeito duradouro para a mente

Se filho toca algum instrumento musical ou está aprendendo? Saiba que isso é ótimo para o desenvolvimento do cérebro da criança e poderá ficar muitos e muitos anos em sua memória. Uma pesquisa feita pela Sociedade de Neurociência observou 44 pessoas entre 50 e 70 anos. Os voluntários ouviram uma sílaba da fala sintetizada, “da”, e enquanto isso os pesquisadores observavam a área do cérebro com processos de informação do som, o tronco encefálico.

Apesar de nenhum dos participantes terem tocado algum instrumento nos últimos 40 anos, os que estudaram música por um período entre 4 e 14 anos, começando na infância, responderam mais rápido aos sons do que os que nunca estudaram música.

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A pesquisa aponta que o aprendizado da música ainda na infância pode causar alterações na mente da criança que não mudam mais ao longo da vida. Ou, de algum jeito a música clássica prepara a mente para o futuro aprendizado auditivo, dizem os pesquisadores.

Outra pesquisa da mesma equipe descobriu que os adultos mais jovens seriam melhores ouvintes se eles tivessem estudado algum instrumento quando criança.

Comentando a pesquisa, Michael Kilgard, da Universidade do Texas, e que não estava envolvido nos estudos, disse que ser um milissegundo mais rápido pode não parecer muito, mas que o cérebro é muito sensitivo ao tempo e um milissegundo somado agravado sobre milhares de neurônios pode sim fazer diferença na vida dos adultos com idade avançada.

Educando com música

Muitos adultos dizem que não vivem sem música. Mas ela é importante não só para “gente grande”; ela pode ajudar no desenvolvimento das crianças. A música é um dos principais meios de comunicação da sociedade, pois permite transmitir não só palavras, mas sentimentos e ideias.

Maria de Lourdes Barduco, diretora pedagógica, cita Platão para explicar que a educação musical visa “infundir no educando um espírito de ordem e desenvolver o verdadeiro amor à beleza”.

O musicoterapeuta Paulo Roberto Suzuki explica a função da música na educação das crianças. “A música tem o poder de acalmar e disciplinar uma criança, portanto facilita a aprendizagem, seja ela formal ou no âmbito familiar. Ela é um dos estímulos mais potentes para os circuitos do cérebro, além de ajudar no raciocínio lógico matemático, contribui para a compreensão da linguagem e para o desenvolvimento da comunicação. Atua nos dois hemisférios do cérebro. O direito que é criativo e intuitivo e o esquerdo que é lógico e sequencial”.

Segundo Maria de Lourdes, pesquisas mostram que após meses de aula de piano e canto, uma criança manifestou melhores resultados na reprodução de desenhos geométricos, na percepção espacial e no jogo de quebra cabeças. Ela também destaca que o movimento é tão necessário para a criança quanto o repouso e a alimentação e que nenhuma criança fica parada enquanto canta: ela bate palmas, bate os pés e dança, complementando a expressão melódica do canto.

A profissional lembra que muitas vezes os pais buscam oferecer aos filhos a melhor educação, colocando-os em aulas especiais diversas, além de uma escola de educação infantil, mas que muitos não valorizam nem estimulam a educação musical. “Em uma educação onde se estimula mais o lado esquerdo do cérebro, o racional, a sensibilidade cede lugar ao endurecimento nas relações, gerando pessoas mais distantes e frias, ou seja, com pouca ou nenhuma sensibilidade. E a música é antídoto mais eficaz que podemos lançar mão contra este mal”, salienta Maria de Lourdes.

Para ela, uma ação pedagógica eficaz inclui cantar, ouvir boas músicas, ouvir músicas clássicas, ouvir sons da natureza junto com os filhos. Mas isso não vale só para cantores profissionais: “basta deixar a voz sair do coração e passar pela garganta carregada de emoção, e assim conduzí-la, nesse mundo mágico em que ela vive. Cante com ela e os laços afetivos certamente serão fortalecidos, facilitando assim o seu processo educativo”, conclui.

Fonte: Vida Materna