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Como dialogar com as crianças sobre a morte?

Se para os adultos alguns assuntos já são complicados, mais ainda para as crianças. Ajudá-las a entender os momentos difíceis da vida faz parte do aprendizado e do crescimento. E a literatura pode ser uma ótima aliada nisso, pois as histórias conseguem tornar mais leves os assuntos difíceis, facilitando a conversa com os pequenos.

Listamos abaixo alguns exemplos de livros de abordam a morte, a perda e outras questões, por vezes inevitáveis da vida, de forma lúdica, sensível e emocionante. Eles podem ajudar a estabelecer pontes para iniciar uma conversa com as crianças sobre esses temas. Confira.

 

1. Harvey – Como me tornei invisível

Este é indicado para crianças a partir de 9 anos, mas também emociona muito os adultos. Ele traz a história do menino Harvey e seu irmão Cantin, que perdem o pai. Eles chegam em casa depois de brincar e deparam-se com a ambulância levando o corpo, e a mãe as prantos. Então Harvey tem que aprender a lidar com a ausência do pai, a solidão e as lembranças. Editora Pulo do Gato.

 

2. A preciosa pergunta da pata

Este é um livro indicado para ler com os mais pequenos (a partir de 1 ano). A personagem central é uma pata, que acaba de perder um filhotinho. Então, ela comparece a uma reunião onde os bichos debatem assuntos difíceis, querendo saber para onde vamos quando não estamos mais aqui. E cada um dos animais dá sua resposta, conforme o que imagina – o rio vai virar mar, o sol não vai sentir mais tanto calor, o rato voltará enorme como um elefante. O livro trata de forma leve deste assunto tão difícil e sensível. A autora é a escritora belga Leen van den Berg e a editora é a Brinque-Book.

 

3. A grande questão

Este livro é de Wolf Erlbruch, um autor alemão por cujas obras é difícil não se encantar. Nesta história, a grande questão é a pergunta: afinal, por que estou aqui? Cada personagem tem sua resposta, o gato, o soldado, o coelho – e também a morte. Algumas respostas são cômicas, outras emocionam, mas todas muito criativas e acompanhadas de uma ilustração divertida. Editora: Cosac-Naify.

 

4. Eu me pergunto…

O livro traz as mais difíceis perguntas – e cabe a nós conversar e procurar as respostas. O que é o tempo? Tudo que já aconteceu desaparece para sempre? Foi Deus quem criou os seres humanos? Ou fomos nós que criamos esse Deus em nossas cabeças? – são alguns exemplos. Sua leitura é um convite a à filosofia, e é indicado para crianças mais velhas. Foi escrito pelo norueguês Jostein Gaarder, o mesmo autor do bastante conhecido O Mundo de Sofia, e publicado pela Companhia das Letrinhas.

 

5. O anjo da guarda do vovô

Neste livro, um garotinho ouve atento histórias do vovô, deitado na cama do hospital. As ilustrações e o texto se complementam, enquanto o avô vai contando do que já fez durante a vida. E, em cada situação de perigo que ele passou, um anjo o acompanhava, zelando pela sua vida. No final, o vovô fecha os olhos – e seu anjo passa a acompanhar o netinho, sem que ele perceba. É uma livro lindo e tocante, que enche os olhos de lágrimas e o coração de saudade, mas também de conforto. A autora é a alemã Jutta Bauer e a editora, a Cosac-Naify.

 

 

Fonte: Portal Raízes

Precisamos falar sobre o luto

Essa semana tivemos as homenagens às pessoas que já se foram. O dia 02 de novembro é uma data de lembrança e de tristeza para muitas pessoas. Afinal, recordar entes queridos que não estão mais entre nós é sempre muito delicado e doloroso. E claro, com a criança não é diferente. A civilização ocidental trata a morte como um tabu e isso nem sempre é entendido pelos menores.

Para as crianças a perda e o sentimento de luto é ainda mais complexo e confuso já que eles não entendem bem o que é a morte e também não conseguem reconhecer os sentimentos que surgem nesses momentos. Pode acontecer de a criança oscilar entre sentimentos de confusão e tristeza, da agressividade para a culpa, tudo em questão de dias ou, até mesmo, horas.

Os pais têm papel fundamental nesse processo. A maneira com que eles responderão à tristeza da criança fará toda a diferença frente a superação do luto. Quando o adulto finge que não está triste ou chorando e fala para a criança que está tudo bem, quando na verdade está sofrendo com a perda, tende a deixar o pequeno ainda mais confuso. Quando o adulto nega algo que a criança sente no ambiente (ela percebe a tristeza, mesmo quando não está explícita).

A melhor maneira ainda de lidar com momentos como esses é a conversa sobre a perda da pessoa querida, explicar que todos estão tristes e deixar a criança à vontade para expressar suas emoções.

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Confira algumas dicas para ajudar a criança no processo de luto:

– É importante que outras pessoas do convívio da criança estejam cientes do falecimento do ente querido como amigos, professores, etc.

– Aos poucos retorne com a criança à sua rotina normal, como a escola, por exemplo. Converse com os professores e sinta as necessidades da criança. Converse com os profissionais da escola sobre o que pode ser feito para o acolhimento da criança.

– Mantenha a rotina da criança. Modificar o seu dia a dia vai causar ainda mais insegurança e medo no pequeno, além de aumentar as dificuldades em superar o luto.

– Tire um momento de seu dia para conversar sobre como a criança está lidando com essa perda. Peça para ela fazer um desenho, isso além de acalmar, facilita a elaboração do luto. Lembre-se que a vida continua e que você precisa transparecer isso para o seu filho.

– Atenção para as datas comemorativas. Natal, aniversário, Dia das Mães e dos Pais podem ser momentos mais delicados quando se perde uma pessoa querida. Converse com a criança sobre o que ela sente e pense em maneiras de passar a data da melhor maneira possível.

– Procure ler para a criança histórias que abordem o tema da morte de uma forma leve e tranquila. Isso ajudará no processo de luto. A leitura também pode ser um meio da criança expor seus sentimentos e conversar com o adulto sobre o luto.