A casa da vó, a comida da vó, o cheirinho da vó. Admita, que se você teve convívio com os seus avós se emociona de lembrar dos momentos que passamos ao lado deles, não é mesmo. Pois tudo que a gente já sabia se comprovou através de uma pesquisa realizada pela Universidade Edith Cowan, da Austrália. O estudo aponta que a convivência entre avós e netos é altamente benéfica para as crianças, que crescem mais seguras, saudáveis e felizes com a companhia e os cuidados de avôs e avós. E a recíproca é verdadeira. A vida dos idosos é melhor com netos por perto.
O estudo aponta que nenhum outro mamífero, com exceção de algumas baleias, conta com os cuidados dos avós durante o seu crescimento. A atenção e o acompanhamento dedicados às crianças teriam sido alguns dos fatores que possibilitaram o desenvolvimento motor e intelectual dos filhotes do homo sapiens. Mais protegidos, a chance de sobrevivência dos pequenos tornou-se bem maior.
A pesquisa ainda mostra que os avós investem quantidade significativa de tempo e dinheiro em seus netos, o que influencia positivamente no desenvolvimento dos jovens. Estudo semelhante elaborado no Reino Unido revelou que quase metade da população tem netos, sendo que 25% desse total são os principais cuidadores das crianças. Eles substituem os pais durante, em média, seis horas por semana.
Mas é preciso ter cuidado, afinal, os avós não são os pais da criança e não devem arcar com essa responsabilidade da educação dos seus netos. Isso é tarefa dos pais. Mas às vezes os pais acabam confundindo responsabilidade com convívio. O primeiro erro, por exemplo, é achar que a convivência com os avós pode atrapalhar o conceito de hierarquia. A última palavra deve ser sempre dos pais e as crianças devem saber a quem obedecer e respeitar, independente do grau de parentesco.
Todos os especialistas concordam que o diálogo evita conflitos. Os pais devem estar sempre em contato com os avós para deixar claro até onde eles podem ir. Muitos entregam seus filhos e deixam tudo por conta deles. Isso não contribui para o equilíbrio das relações. O contrário também é válido: os avós podem mostrar qual é o tamanho da sua disponibilidade, já que muitos têm suas ocupações, projetos e amigos.
E a famosa frase: pais educam, avós deseducam? Os avós precisam saber e manter a mesma linha de educação que os pais. Conversr com os avós e explicar a eles como é a educação da criança e os seus limites pode ser muito bom para o convívio.
O conflito entre gerações também é motivo de preocupação. Afinal, tudo muda assim como a forma de educar filhos. Deixe claro que é assim que você quer que as coisas funcionem, mas escute os avós, afinal, com a experiência eles sempre têm muito a nos ensinar.