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Exposição às telas pode deixar as crianças “insensíveis”

Um estudo da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, indica que o uso exagerado de equipamentos digitais pode atrapalhar a capacidade de crianças em reconhecer emoções de outras pessoas.

Pesquisadores do departamento de psicologia observaram 105 alunos de 11 e 12 anos, divididos em dois grupos, e perceberam que depois de cinco dias sem acesso às telas de celulares, tablets ou televisores, eles passaram a identificar emoções muito melhor.

No estudo publicado na revista especializada “Computers in Human Behaviour”, os psicólogos afirmam que o efeito da mídia digital pode ser muito mais danoso que se imagina.

Os alunos da rede pública californiana foram separados em dois grupos: 51 passaram cinco dias no Instituto Pali, um acampamento para ciência e natureza cerca de 110km a leste de Los Angeles, enquanto os outros 54 continuaram em sua escola em Los Angeles (eles também passaram cinco dias no acampamento depois do estudo).

O acampamento não permite o uso de equipamentos eletrônicos, o que muitos alunos acharam difícil nos primeiros dias. No entanto, a maioria se adaptou à situação rapidamente.

No início do estudo, ambos os grupos tiveram avaliada a capacidade de reconhecer emoções em outras pessoas através de fotos e vídeos.

Depois de cinco dias no Instituto Pali, os 51 alunos apresentaram uma melhora significativa nesta capacidade. Já os que continuaram imersos nas “telinhas” não tiveram grande melhora.

Busque alternativas para o divertimento do seu pequeno. Converse com ele sobre como era no seu tempo, em que computadores eram raros e as brincadeiras eram feitas ao ar livre e junto com a família. Determine uma quantidade de horas que seu filho possa brincar no computador ou no tablet, nada de chegar em casa e ir correndo para o quarto. Permita-se participar da vida do seu filho, isso fará bem a ele e a você.

Fonte: Folha de São Paulo

Three boys playing with digital tablet

Pesquisa mostra que filhos confiam mais no Facebook do que nos pais

Seu filho enche você de perguntas? Então, fique feliz, pois os pequenos estão recorrendo a outros meios para saciar a sua curiosidade e responder aos seus questionamentos: o Facebook. Uma pesquisa da Expertise, empresa de pesquisa e inteligência de mercado em parceria com o Heap Up, ferramenta para realização de pesquisas online, mostra que 43% das crianças recorrem à rede social como fonte de informação, acima até mesmo do Google (42%). Os pais amargam o terceiro lugar (38%) na hora de responder as perguntas deles.

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Apesar de especialistas recomendarem, no máximo, duas horas de tela (de TV a celular) por dia, 43% dos pequenos ficam de quatro a seis horas conectados. Para 58% dos entrevistados, os meios de comunicação digital atrapalham o relacionamento com a família. Os números são parecidos quando o assunto é aprendizado: 43% acreditam que esses canais contribuem positivamente para a absorção de conteúdos, enquanto 41% acham que não ajudam.

A pesquisa ainda apontou um dado curioso quanto à vida profissional sonhada para os filhos: 76% dos pais afirmaram que não desejam incentivar seus filhos a seguir a mesma profissão. Porém, 24% seguem com a tradição e desejam que os filhos trilhem os mesmos passos dados por eles.

Os perigos da tecnologia em família

O relacionamento entre crianças e telas é recente, porém cheio de fascínio. Os pequenos adoram gadgets eletrônicos e os pais, por sua vez, adoram a praticidade de entreter seus filhos assim. Se até mesmo os adultos perdem o controle da sua dependência dos aparelhos eletrônicos, é preciso ainda mais atenção na relação das crianças com as telas.

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A terapeuta e instrutora clínica de psicologia na Harvard Catherine Steiner-Adair entrevistou e estudou mais de mil crianças, entre 4 e 18 anos, para descobrir como a tecnologia está impactando nas suas relações sociais e nas suas vidas emocionais.

De maneira resumida, ela listou pontos essenciais nos quais pais e familiares precisam estar de olho:

Não coloque bebês na frente de telas. Segundo a pesquisadora, ainda não se sabe qual a interação química entre um smartphone e o cérebro de um bebê. Ela complementa: “Você é o melhor aplicativo para o seu bebê!”.

–  Converse com os professores sobre a relação da criança com a tecnologia. Os educadores entrevistados na pesquisa de Steiner-Adair disseram que as crianças que usam telas excessivamente brincam de maneira diferente (e menos criativa) na escola. Além disso, muitas dessas crianças têm menos paciência para acompanhar as aulas e desenvolvem menor poder de concentração.

Crianças se sentem em competição com as telas dos pais. Este ponto apareceu muitas vezes na pesquisa e demonstra que as crianças sentem (e muito) a disputa de atenção quando seus pais são viciados em suas telas.

As crianças percebem a falta de relacionamento na família.  Quando passamos a focar mais nas telas do que nos outros membros da família, incluindo os cônjuges, a consequente falta de sintonia nos relacionamentos é evidente no ambiente até mesmo para os pequenos.

É quase impossível saber tudo que as crianças fazem online. Mais de 70% dos adolescentes e crianças entrevistados confessaram que mudariam seu comportamento online se soubessem que os pais o estão vigiando.

Via Huffington Post

A melhor mãe do mundo

No dia 5 de junho, o caderno Equilíbrio da Folha de Sâo Paulo publicou uma super entrevista feita por Déborah de Paula Souza com o psicanalista Leopoldo Fulgêncio sobre a função materna atual, baseando-se na teoria de Donald Winnicott – psicanalista inglês que criou o conceito de “mãe suficientemente boa”.

Vamos compartilhar, hoje, os melhores trechos da entrevista, que destaca ensinamentos como a melhor forma de criar filhos saudáveis em um mundo em que a tecnologia substitui o contato humano e as famílias têm novas configurações, com separações e recasamentos.

A mãe suficientemente boa é…

“… aquela que, ao suprir as necessidades do filho, cria a possibilidade de ele ter fé na vida, nas pessoas. A função materna sempre foi cuidar. A matriz do amor é o cuidado, não ficar dizendo que ama e dando explicações sobre como as coisas devem ser.”

Medo de errar

“É melhor uma mãe que erre porque está empenhada em descobrir o seu jeito de fazer as coisas do que uma que acerte por causa de um manual. […] O melhor jeito de saber como agir não é com uma cartilha. A mãe deve ser incentivada a ficar em contato com seus filhos e a agir de acordo com seus próprios sentimentos.”

A tecnologia e as relações familiares

“O problema é a medida: quando a tecnologia se sobrepõe, ela mata as relações. Os pais podem usar recursos tecnológicos [como mensagem de celular] para falar com seus filhos, mas isso não substitui a presença.”

Os desafios das novas famílias

“Casais héteros ou homossexuais têm que lidar com as próprias ambiguidades para não passar os seus dilemas para os filhos. Seja qual for o problema a enfrentar, fingir que ele não existe não é a solução. Recomendo sempre a comunicação verdadeira.”

A presença e os jovens

“É preciso manter-se disponível para uma fase de intensas negociações -se vai ou não vai, a que horas sai, com quem etc. -, suportar brigas decorrentes disso e mostrar que, apesar delas, você continua ali. É normal que adolescentes se oponham aos pais. É uma questão de identidade.”