Muitas vezes, os próprios adultos não sabem lidar com a raiva, pois ela desperta um componente explosivo, que pode fugir ao controle. Nas crianças, a raiva costuma ser consequência de alguma perda – seja um brinquedo, o colo ou uma vontade que não foi satisfeita.
Para ajudar a lidar com a raiva, os pais precisam, primeiro, ensinar a criança a identificar a emoção, para que ela perceba o que está sentindo. Depois, então, buscar formas de exercitar algum controle.
Vale lembrar que não adianta tentar explicar sobre a raiva quando o ataque já está acontecendo. Menos produtivo ainda é dizer para a criança engolir o choro na hora da crise. São erros comuns dos pais, querendo ajudar, mas que acabam apenas reprimindo.
O ideal seria evitar entrar num estado incontrolável. Como o leite, que ferve, sobre e esparrama, se desligarmos o fogo na hora certa, o leite baixa. Não é fácil, mas os pais precisam perceber esse ponto nos filhos, para reverter a situação antes da crise de raiva.
Se você nota que seu filho está à beira de uma tempestade emocional, tente usar coisas que ele goste para acalmá-lo. Isso varia de acordo com a natureza da criança e deve ser identificado pelos pais, mas vale convidar para ouvir uma música, rolar no chão, correr, fazer uma massagem…
Depois que a poeira baixar, é o momento de sentar e conversar. O adulto pode propor uma análise, questionando as ações e reações da criança. Por exemplo: ‘Você precisava ter gritado e quebrado aquele brinquedo? Como poderia ter resolvido a situação de outra forma?’
A ideia é dar ferramentas para que seu filho, numa próxima vez, consiga identificar o sentimento e saber fazer algo para a raiva passar, antes de explodir. É uma questão de autocontrole que, assim como nos adultos, vai sendo treinado ao longo da vida.
Fonte: Revista Crescer