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Não sabe como lidar com a manha? A ciência ajuda você!

Do nada, o seu filho que era a criança mais calma do mundo de transforma em uma pessoinha raivosa e inconsolável. Ele se atira no chão e atira coisas em você. Ele chora compulsivamente, como se estivesse diante de uma tragédia enorme.  Como se o mundo fosse acabar.

Crianças entre 1,5 e 3 anos de idade têm rompantes de raiva e frustração profunda com frequência.  A boa notícia é que eles não fazem isso porque são mal educados ou porque tem uma falha na personalidade. Os chiliques são normais e existem explicações científicas para eles.

A revista Slate entrevistou cinco especialistas em psicologia infantil para buscar explicações para os famosos chiliques, ou manhas.  Depois de ler o que eles disseram você começará a achar o comportamento da sua ferinha absolutamente razoável.

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– Crianças com idade entre 1 e 3 anos de idade acabaram de aprender a andar e desenvolvem a cada dia novas habilidades psíquicas e motoras. Eles estão loucos para explorar o mundo, mas os pais estão sempre negando essa aventura ao pequeno com frases tipo: Não entre aqui. Não mexa aqui. Não toque na faca. “Eles não entendem suas razões. Eles só sabem que alguma coisa com a qual eles estavam se divertindo muito lhes foi repentinamente tomada, pelas pessoas que eles mais amam” explica Alice Lieberman, autora do livro “The Emotional Life of the Toddler”. As crianças se sentem traídas.

– A incapacidade de se expressar perfeitamente também motiva os ataques de raiva. Enquanto nós adultos conseguimos identificar e categorizar nossas emoções devido a nossa capacidade de se comunicar perfeitamente, crianças entre 1,5 e 3 anos ainda estão desenvolvendo a fala. Pesquisas científicas argumentam que a comunicação oral influencia muito a capacidade do ser humano de processar emoções negativas. Além disso, nós somos capazes de eventualmente negociar com pessoas que estejam agindo contra nossa vontade, enquanto crianças que não se comunicam perfeitamente não possuem esta alternativa.

– Outro fato científico sobre crianças nesta idade: o lobo frontal ainda não está totalmente desenvolvido. Dessa forma, funções atribuídas a esta parte do cérebro como planejamento, raciocínio lógico, memória operacional e autocontrole, ainda não estão totalmente operantes na criança. Com o lobo frontal funcionando parcialmente, crianças desta idade vivem absolutamente no aqui e agora.

– Harvey Karp, pediatra e autor dos livros The Happiest Baby on the Block e The Happiest Toddler on the Block compara crianças entre 1,5 e 3 anos à pequenos homens da caverna. Sem nenhuma intenção de ofender nossos filhos, ele acredita que a comparação ajuda os pais a entenderem os filhos. “São necessários anos para socializar crianças. Os pais devem dar uma colher de chá para os filhos”. Karp usa a analogia do homem das cavernas para apontar outro problema envolvendo os pequenos: eles são muito pouco estimulados. “Nós deixamos nossos filhos a maior parte do tempo entre quatro paredes e acreditamos que isso é normal.” E completa:  “É difícil passar um dia inteiro com uma criança de dois anos, mas eles também não querem passar o dia inteiro com você.”

E como lidar na hora de um ataque do pequeno? Conforme os especialistas acima explicaram, quando seu filho está tendo um ataque daqueles, ele está passando por um turbilhão de emoções com as quais ele não sabe lidar. Não se afaste dele. Ofereça conforto na medida do possível. Mas não ceda às suas vontades só porque ele esta chorando. Do contrário, ele vai aprender que pode conseguir muita coisa chorando e esperneando. E aí a situação pode fugir do seu controle!

Seu filho faz birra? Saiba como driblar essa mania

Muitas crianças recorrem à birra para conseguir o que querem. Não importa a idade, os pequenos sabem bem como teimar, fazer cara feia e até responder para os mais velhos. Cabe a nós, pais, a tarefa de driblar e lidar com essa mania dos pequenos. Veja algumas dicas que podem te ajudar na hora em que seu filho bater o pé:

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– Ajude a criança a falar o que está sentindo, colocar para fora os seus problemas. Peça para que ele lhe conte o motivo do choro ou da raiva, assim ele irá aprender a conhecer melhor os seus próprios sentimentos
– Dê alternativas para acalmar na hora da birra: um passeio, um colo de mãe, desde que não seja o que ele está pedindo. Monte com o seu filho um repertório de soluções para manter a calma e não deixar que o nervosismo tome conta
– Converse antes. Diga o que vão fazer, aonde vão, que ele precisa ficar ao seu lado ou ajudar nas compras, por exemplo. Na primeira vez, pode não funcionar, nas próximas vezes é bem provável que dê certo
– Antecipe situações de perigo. Se vocês estão na loja de brinquedos e seu filho começa a insistir muito que quer um, por exemplo, a melhor coisa é desviar o foco antes que ele comece a bater o pé. Vale chamar a atenção para algo que esteja acontecendo em outro ambiente, oferecer algum alimento do qual ele goste ou até mesmo recorrer à história preferida dele
– Dê limites. Nunca esqueça que quem determina até onde seu filho pode ir é você mesmo. É importante mostrar para a criança que a vida é feita de regras e que elas precisam ser cumpridas. Nem sempre é possível ceder a todos os desejos das crianças.

Como lidar com a birra dos pequenos

De acordo com a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, em entrevista à revista Ana Maria, os pequenos cada vez mais parecem ter a necessidade de chamar a atenção dos pais. Entre as birras mais comuns dos pequenos estão os escândalos em público, a negação a comer e os palavrões. Angela ensina a evita-los:

Fazer escândalo em público

Quando os pequenos começam a berrar, espernear e até mesmo se arrastar no chão ou bater a cabeça, o melhor a ser feito é ignorar. A situação deve voltar a se repetir talvez uma, duas ou meia dúzia de vezes. Mas logo a criança vai ser dar conta de que essa atitude não leva a nada. Quanto mais se der atenção a atitudes ruins, mais será reforçada essa situação.

Ficar sem comer

As crianças rejeitam a comida porque sabem que isso chama a atenção dos pais. Essa percepção vem do fato de que os adultos costumam comemorar e parabenizar quando a criança come tudo. Mas a pedagoga alerta que se deve dar mais atenção ao caráter nutricional do que ao emocional: a criança deve comer porque isso vai fazê-la crescer forte, e não porque a mamãe vai ficar feliz. E fique tranquila: se a fome apertar, a criança vai comer!

Falar palavrão

A regra aqui é a mesma do primeiro caso: ignorar. Se você já explicou que isso é feio, já colocou a criança de castigo e nada disso adiantou, fazer de conta que não ouviu é a solução. Da mesma forma que no caso anterior, ele logo verá que isso não levará a nada.