Provavelmente você conhece mais pessoas destras do que canhotas. Isso é explicado através de estatísticas, que apontam que apontam que uma em cada dez pessoas usa a mão esquerda com mais frequência do que a direita.
Essa “escolha”, se é que podemos chamar dessa forma, costuma ser feita pela criança por volta dos 8 anos de idade, durante o processo de alfabetização ou até mesmo antes.
Alguns pesquisadores tem mostrado que componentes genéticos podem auxiliar nessa “escolha” entre ser destro ou canhoto. Um estudo publicado no jornal científico PLOS Genetics fez uma análise genética de cerca de três mil indivíduos e concluiu que a preferência por um dos lados do corpo está relacionada a um conjunto de genes cujo comportamento é estabelecido durante o desenvolvimento fetal.
Segundo o neuropediatra Luiz Celso Vilanova, da Universidade de São Paulo, existem evidências fortes de que a escolha é na verdade uma questão de genética. “Também há indícios de hereditariedade. Se os dois pais são canhotos a criança tem três vezes mais chance de ser canhota.”
Os estímulos ambientais também têm papel importante nessa diferenciação. Isso porque ninguém é 100% destro ou canhoto. Existem pessoas que realmente mostram mais habilidade com um dos lados desde pequenas. Outras, no entanto, conseguem executar tarefas sem problemas com as duas mãos – mas como a maioria dos colegas escreve com a direita, elas acabam copiando o exemplo.
Isso também explica porque algumas crianças escrevem com a mão direita e preferem chutar a bola com a perna esquerda. Segundo o neuropediatra, elas provavelmente são ambidestras.
O ideal é que os pais deixem a criança fazer sua escolha, sem forçá-la. Vale lembrar que conceitos como crianças canhotas são mais inteligentes são mito: não há outras habilidades comprovadamente relacionadas a isso.