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Seu filho tem um amigo imaginário? Saiba como lidar

Se você já viu seu filho conversando e brincando sozinho pela casa não se preocupe, ele pode ter um amigo imaginário. Este fenômeno é mais comum do que se pensa entre as crianças. Muitas vezes, essa amizade é tão rica e tão cheia de detalhes que pega a família toda de surpresa. Um levantamento de 2001, feito pela Universidade de Leicester, no Reino Unido, com 1.800 crianças de 5 a 12 anos, mostrou que 46% delas já brincaram, pelo menos uma vez, com um amigo imaginário.

Os “amigos” podem surgir aos 3 anos, mas são mais comuns por volta do quarto e do quinto ano de vida da criança, quando ela está no auge do período de representação simbólica. O amigo imaginário é apenas uma das formas de lidar com a realidade, e não está diretamente relacionado ao nível de criatividade e imaginação. Tampouco é verdade que filho único tem laços mais estreitos com eles. Para muitas crianças, é mais fácil usar uma boneca ou um bicho de pelúcia para entrar nesse jogo simbólico de fantasia. Algumas fingem ser outra pessoa, outras cantam. E tem aquelas que inventam um amigo só seu, com pensamentos, vontades e conselhos sob medida para atender aos anseios de seu criador.

O companheiro pode assumir várias formas – menino, menina, urso, boneca, cachorro – e servir à criança para distrair, brincar, brigar. Mas ele também pode ser um recurso para a criança testar seus limites. Por isso, não são raras as histórias de amigos imaginários que levam a culpa quando seu filho faz algo errado. Se isso acontecer, basta usar a brincadeira para ensinar limites para a criança – e seu colega invisível.

Em geral, não há o que os pais possam temer. Uma das pesquisas apresentadas em janeiro deste ano no Congresso Anual da Sociedade Britânica de Psicologia Infantil mostrou que, para 88% dos 265 pais participantes, a presença do amigo imaginário na vida do filho não é um problema, pelo contrário, pode até ajudar no processo de desenvolvimento da criança.

A hora do amigo invisível ir embora varia de criança para criança, mas, geralmente, esse abandono acontece perto dos 7 ou 8 anos. Mas se você desconfiar que essa interação passa dos limites, observe se o seu filho está se isolando, se não quer mais ir à escola, se está deixando de comer. Se ele não quiser largar o amigo de jeito nenhum, será preciso uma investigação mais aprofundada para descobrir o que há por trás dessa fuga da realidade.

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