De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), a maneira mais poderosa de aprendizado para as crianças não acontece nas salas de aula ou nas bibliotecas, mas sim nos parques, salas de jogos e áreas de lazer.
Segundo Stuart Brown, especialista sobre o ato de brincar: “brincar é mais do que diversão, é vital” e “nada ilumina tanto o cérebro quanto o brincar”.
Para o pesquisador, embora o brincar seja comumente associado à infância, o ato não deveria se limitar a essa fase da vida. A perda dessa capacidade – que acontece com frequência na vida adulta –, em sua análise, faz muita falta para o ser humano.
Brown reforça ainda que a brincadeira não precisa de outro propósito além do simples desejo de brincar e que exigir além disso é deslegitimar o ato.
As brincadeiras podem estabelecer conexão somente com o corpo, ou dele com algum objeto e que, de qualquer forma, parte de uma curiosidade ou de uma necessidade de exploração.
Outro ponto, na contribuição fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos, é o brincar como elemento social que faz com que as crianças identifiquem a si mesmas e aos outros, estabelecendo seus modos de convivência, regras e percepção do coletivo.
Por isso, Brown defende: “as crianças na pré-escola deveriam poder mergulhar, assobiar, gritar, serem caóticas e desenvolverem, através disso, muito de sua regulação emocional e muitos outros subprodutos sociais – cognitivos, emocionais e físicos que fazem parte do ritual de brincar”.
O potencial das brincadeiras
Além de ser uma maneira acessível de as crianças fazerem a sua leitura do mundo, os momentos de diversão proporcionados pelas brincadeiras possibilitam o desenvolvimento dos aspectos físicos, motores e cognitivos, indispensáveis para a saúde e o bem-estar delas.
Valores como companheirismo, autonomia, liderança e solidariedade também estão embutidos em diversas formas do brincar.
Por isso, tantos especialistas defendem que as escolas devam respeitar o tempo das brincadeiras, sem que seja associada a elas, intencionalmente, uma proposta de aprendizagem.
A experiência da brincadeira, por si só, acaba por contemplar um potencial educativo, visto que está intimamente relacionada com a imaginação e a criatividade da criança, além do envolvimento integrado do corpo e mente.
Brincar é a construção do cérebro, uma parte central do desenvolvimento saudável da criança, uma chave para as habilidades das funções executivas e um amortecedor contra os impactos negativos do estresse.
A importância do jogo para o desenvolvimento saudável da criança
O jogo deve começar cedo na vida das crianças e continuar durante toda a infância, favorecendo o seu desenvolvimento saudável em todos os aspectos.
Os pais devem observar e responder ao comportamento não-verbal dos bebês desde os primeiros meses de vida. Quando um bebê sorrir para você, sorria de volta, por exemplo.
O esconde-esconde é outro jogo importante. São vários os jogos que constroem e intensificam o vínculo entre pais e filhos!
Pesquisas indicam também que crianças pré-escolares com comportamentos disruptivos apresentam-se menos estressadas e perturbadoras quando o professor joga e brinca com elas, regularmente.
Por isso, educadores e famílias devem defender e proteger o jogo desestruturado e o aprendizado lúdico em pré-escolas e escolas. São inúmeros os benefícios.
Os professores devem se concentrar mais na aprendizagem lúdica, deixando que as crianças assumam a liderança e sigam sua própria curiosidade. Sendo assim, vale a pena promover o recesso e a atividade física para crianças todos os dias.
O brincar ajuda as crianças a aprenderem habilidades de linguagem, matemática e sociais, além de reduzir o estresse.
Vale a pena acrescentar que o brincar é importante tanto para as crianças quanto para os pais, já que compartilhar momentos alegres durante as brincadeitas melhora muito o relacionamento.
Agora que você já sabe o quanto o ato de brincar é importante para a criança, na próxima vez que seu filho pedir para brincar com você, diga sim! É uma das melhores coisas que você pode fazer pelo seu filho.
Fonte: