Quem é mãe e trabalha fora, sabe como é difícil ficar longe de seu filho, principalmente quando ele é pequeno. Mas as coworkings, locais onde as pessoas trabalham em espaços compartilhados, têm sido uma boa alternativa.
Maria Raquel Francese, de 37 anos, ao mesmo tempo que havia assumido um grande trabalho de redatora, tinha um filho de 8 meses para criar. Como ela queria ficar próxima ao bebê, a ideia de trabalhar em um coworking foi a solução. “Achava o Leonel muito pequeno para pôr na escola, ele não poderia me contar o que tinha acontecido no dia dele. Uma amiga me indicou o coworking Casa de Viver, que tinha acabado de abrir em 2015, e deu super certo. Fiz a adaptação do meu jeito, foi muito confortável e fácil para nós”, diz.
Os coworkings têm cada vez mais apostado no conceito “kids friendly”, buscando atrair as famílias. Nesse modelo, as crianças são entretidas por cuidadores em espaços para brincar, dormir e até se alimentar, enquanto os pais estão trabalhando. Para Raquel, isso é uma grande vantagem: “saber que seu filho está perto, almoçar com ele, poder ouvir se ele está chorando ou rindo enquanto você trabalha, é muito gostoso. Sei que na escola eles também estariam bem, mas poder ver seu filho brincando no meio do seu ‘expediente’, é uma vantagem muito grande”, conta.
Legislação brasileira
Segundo a legislação brasileira, as crianças podem frequentar espaços como este, diariamente, somente antes dos 4 anos. A partir desta idade, elas devem estar matriculadas na escola. Para a relações públicas Sefirah de Araujo, de 31 anos, mãe da Helena, de 3, os coworkings familiares são grandes motivadores para que as mães retomem a vida profissional. Ela pediu demissão do emprego quando a filha nasceu. Quando Helena completou 1 ano, voltou a trabalhar no modelo home office.
Na opinião de Sefirah, a proximidade com os filhos é benéfico não só para as crianças, mas para a própria trabalhadora: “eu quero trabalhar, mas eu quero também conviver com a minha filha, amamentar o tempo que a gente acha que deve. Eu queria fazer a introdução alimentar e queria que esse começo da vida dela fosse comigo”, conta.
Para a relações públicas, “se fosse visto dessa forma, as empresas teriam funcionárias rendendo muito mais do que rendem ficando 12 horas longe dos seus filhos, só os vendo dormir e acordar”.
Demanda
Conforme Barbara Helt, que é proprietária do M Working, no Rio de Janeiro, o mês de julho, por conta das férias escolares, tem a maior demanda, aumentando 50% em relação aos outros meses. Além das estações de trabalho e salas privativas para reuniões, o local possui ateliê de artes, canto para leitura, horta, aquário, além de curso de musicalização e contação de história para crianças.
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Créditos da foto: Celso Tavares/ G1