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Saiba porque seu filho ainda está fazendo xixi na cama e como evitar

Seu filho está passando por dificuldades na hora de dormir e ainda fazendo xixi na cama? Saiba o motivo de isso ainda acontecer e como diminuir e até evitar o problema.

Antes de qualquer coisa, não se preocupe: não é raro que, mesmo após o desfralde, as crianças possam continuar fazendo xixi na cama. Muitas, com até 6 anos ainda continuam urinando à noite. E existe até pesquisa sobre isso. Conforme dados da Sociedade Internacional de Continência Infantil, que é referência mundial na área,e entre 10% de crianças aos 6 anos têm enurese noturna primária monossintomática. Assim é chamado o vazamento do xixi durante a noite, duas ou mais vezes por mês. Importante lembrar que, antes dos 5 anos, o “problema” é considerado normal de acontecer. A condição diminui com o passar do tempo e apenas 5% das crianças continuam molhando o colchão aos 10.

Motivos

Se você está preocupado sobre os motivos disso, essa informação pode te tranquilizar um pouco: um dos motivos de isso acontecer pode ser herança genética. Filhos com pais que fizeram xixi depois dos 5 anos, tem até 40% de chance de ter a mesma condição.

Mas uma análise multifatorial pode ajudar a entender melhor ainda a série de motivos para essa situação. Vera Koch é professora do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e também uma das coordenadoras do Enurese, projeto realizado por pesquisadores das áreas de psicologia, pediatria e fisioterapia e que busca respostas para o problema.

Em uma pesquisa que durou 4 anos e que contou com a participação de 111 crianças e adolescentes com enurese, 6 pesquisas científicas foram publicadas. Entre elas, houve uma em que se observou que crianças com essa condição têm um controle motor fino menor, além de mais dificuldades de equilíbrio, postura diferente e com a barriga levemente projetada à frente. Segundo Vera, “do ponto de vista neurológico, os estudos mostraram que essas crianças estão em um processo de amadurecimento aquém do esperado, mas nada anormal. É como se ela ainda precisasse conectar mais alguns pontos”.

Outros exames podem ser solicitados pelos especialistas, para identificar tamanho da bexiga, se há uma produção exagerada de urina à noite, ou até traumas psicológicos e emocionais podem estar ligados, como separação dos pais ou nascimento de irmãos.

Mas um ponto é muito importante de salientar: conforme os especialistas, a cada ano o problema pode diminuir em 15%.

E o que fazer?

O primeiro passo a se fazer é a chamada terapia comportamental, que são mudanças de hábitos diários. A criança deve beber mais líquido ao dia e diminuir à noite; deve fazer xixi antes de ir para a cama; cortar de vez a fralda; incentivar a criança a cada noite que não urinou.

Se estas mudanças não surtirem efeitos, há outras possibilidades, como por exemplo a desmopressina. Ele é um medicamento antidiurético que elimina a produção de urina à noite. Ele deve ser utilizado por um tempo, para que não acabe deixando de se conscientizar.

Outra opção é o tratamento com alarme específico para esses casos. Ele é um acessório que possui sensor perto da cueca ou calcinha e é conectado a um alarme sonoro. Quando acontecerem as primeiras gotas, um som é disparado e desperta a criança. Os especialistas dizem que o problema acaba em praticamente dois meses, já que o pequeno aprende a acordar antes do alarme.

Em estudo feito com 93 pacientes de enurese primária monossintomática, no Hospital Infantil Menino Jesus, em São Paulo, observou-se que o tratamento com o alarme se mostrou 70% mais eficaz que o medicamento.

Trigo é coautor de um estudo realizado este ano com 93 pacientes de enurese primária monossintomática no Hospital Infantil Menino Jesus (SP). Ao comparar tratamentos com medicação e alarme, verificou-se que a segunda alternativa apresentou 70% mais eficácia na resolução do problema, ante 30-40% da medicação. O trabalho foi selecionado para o congresso da Sociedade Internacional de Continência, que acontece este mês nos Estados Unidos.

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Créditos da imagem: Freepik
Fonte: Crescer