Duas crianças estão se divertindo com um brinquedo, quando uma delas resolve que não quer mais compartilhar o objeto. Uma cena com briga, muito choro, e geralmente com a intervenção dos pais, que forçam a criança a dividir o brinquedo com a outra.
Uma cena até comum, não é? Quando o adulto age tomando o brinquedo da mão do filho e entregando à outra criança, ele tem uma intenção positiva, a de ensinar o pequeno a dividir as coisas e ser mais generoso.
Mas será mesmo que essa intervenção é a melhor forma de ensinar aos pequenos a serem empáticos para com os outros?
Por que não devemos forçar as crianças a compartilhar seus brinquedos?
Quando os adultos compartilham algo com outra pessoa, eles fazem isso de forma consentida, pois possuem a capacidade de compreender a necessidade do outro.
Mas as crianças que ainda não têm essa noção de necessidade formada, o que fazer? Primeiro, temos que saber que todas as crianças passam por uma fase chamada egocêntrica, onde elas ainda não conseguem considerar as necessidades do próximo.
Essa fase ocorre entre os três primeiros anos, momento onde os pequenos estão focados neles próprios, aprendendo sobre quem são, descobrindo suas preferências e como comunicá-las. É uma etapa inicial de socialização em que precisam aprender a dividir.
Compreendendo essa fase, é essencial que os adultos respeitem como as crianças agem, mesmo nos momentos em que elas não querem dividir as suas coisas. Forçar os pequenos a dividir é exigir algo que eles ainda não estão prontos para fazer, além de ensinar que, através de muito choro, eles conseguirão o que desejam.
Como os pequenos aprenderão a ser generosos?
Para ser generosa, a criança precisa entender outra realidade além da dela, captando as necessidades do outro. Para desenvolver isso de forma saudável, o adulto pode estimular a criança oferecendo-lhe alguns recursos como, por exemplo:
- Incentivar os pequenos a revezarem, para que eles autorregulem os turnos com os brinquedos. Ou seja, permitir que eles decidam por quanto tempo brincar, fazendo com que eles tomem a iniciativa de emprestar o brinquedo ao coleguinha de forma independente.
- Incentivar a criança que possui o objeto em mãos a dizer para a outra que naquele momento ela está brincando com ele. Isso faz com que ela utilize a linguagem, e não o corpo, para resolver o conflito.
Gradualmente, as crianças dividirão os brinquedos de forma independente, não por pensar nas punições, mas por entender as necessidades do outro, praticando, assim, de forma autônoma, a generosidade.
Fonte: https://labedu.org.br/aprender-dividir-criancas-como-ensinar-filhos/
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