Um estudo publicado recentemente sugere que crianças submetidas à anestesia geral antes de completar 1 ano de idade podem sofrer danos permanentes à memória, que influenciam leitura, aprendizado e habilidade de se lembrar de detalhes de suas vidas. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira, no periódico Neuropsycopharmacology.
O estudo foi realizado com 56 crianças de seis a onze anos, metade anestesiada nos primeiros doze meses de vida e metade sem histórico desse procedimento. Para testar as habilidades de reconhecimento dos pequenos, os pesquisadores mostraram a elas 80 desenhos e, depois de 5 minutos, pediram que os desenhos fossem identificados entre 160, com cores e posições alteradas. Se as crianças reconheciam o desenho, elas eram questionadas sobre a cor e a localização originais.
Em relação às cores, os pequenos que haviam sido anestesiados deram 20% menos respostas corretas do que os demais. Quanto ao reconhecimento espacial, o índice de acerto foi 21% inferior no grupo da anestesia. O desempenho foi igual entre crianças submetidas a uma ou várias anestesias antes de um ano de idade.
Segundo o anestesista Greg Stratmann, professor da Universidade da Califórnia e principal autor do estudo, em alguns procedimentos cirúrgicos a anestesia geral é indispensável. Há, entretanto, casos em que uso da droga poderia ser repensado, como quando seu objetivo é manter a criança imóvel na ressonância magnética.